Cientistas do Inpa, em Manaus (AM), testam a substância Zerumbona no tratamento da doença. Os testes são feitos com o caule do gengibre amargo (Zingiber zerumbet), espécie nativa da região
CHICO ARAÚJO
BRASÍLIA – Poderá vir da Amazônia a solução para o combate e a prevenção do câncer. É o que apostam os cientistas do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) por meio de uma pesquisa feita com o caule do gengibre amargo (Zingiber zerumbet), planta nativa e facilmente encontrada na região. A nova droga – um remédio natural – é agora a esperança para milhares de pessoas na fila da morte em decorrência do câncer.
Da planta é extraída a substância Zerumbona. Até agora, os testes feitos pelos cientistas da Coordenação de Pesquisas e Produtos Naturais (CPPN), do Inpa, comprovaram que a substância do caule do gengibre amargo possui forte ação do combate às células cancerígenas, afirma o pesquisador Carlos Cleomir. Há cinco anos, a Agência Amazônia revelou que a espécie nativa estava sendo testada no combate ao câncer. À época, os cientistas já comemoravam os resultados apresentados.
O assunto voltou a ser destaque hoje. Em matéria da jornalista Marina Souza, o Portal da Amazônia detalhe o avanço dos testes feitos pelos cientistas do Inpa. Trechos da reportagem são aqui reproduzidos. Segundo o texto, a substância Zerumbona, extraída do caule do gengibre amargo (Zingiber zerumbet), possui forte ação no combate à células cancerígenas.
Droga inibe proliferação do câncer
Cleomir explica que a droga oriunda da planta nativa da Amazônia não cura o câncer. Mas as pesquisas até agora feitas comprovam que ela inibe a proliferação da doença. Segundo o cientista, o medicamento é indicado para pessoas com incidência da doença na família, por evitar o aparecimento das células. Apesar de combater qualquer tipo de câncer, a Zerumbona tem ação maior na luta contra a doença na pele, cólon e fígado.
O uso do gengibre amargo no tratamento do câncer também não altera células normais, ou seja, não causa efeitos colaterais. Com isso, o combate ao câncer seria menos violento. “A Zerumbona não apresenta os mesmos efeitos que a quimioterapia, que causa enjôo, queda de cabelo, entre outros”, afirma o pesquisador.
Cleomir conta que o estudo começou por acaso. “Eu estava no mato à procura de gengibre comum e o cheiro do amargo me chamou atenção. Provei e decidi pesquisar a espécie. Não imaginava que ela poderia ter um poder tão grande”, relata. A pesquisa, que já está em fase final, completa 15 anos.
Produção da droga na Amazônia
A droga, ainda não é comercializada. A pesquisa será submetida ao Comitê de Ética em Seres Humanos do Inpa para apresentação no Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Toda a produção deverá ser feita no Amazonas. “Queremos manter o trabalho concentrado na região. Os ribeirinhos plantam o gengibre amargo, pesquisadores amazonenses estudam e uma empresa ligada ao Inpa produz”, explica.
O câncer é uma das doenças que mais matam no mundo. No Brasil, aproximadamente 500 mil pessoas sofrem com a doença, sendo cerca de cinco mil diagnósticos apenas no Amazonas. No entanto, de acordo com profissionais da Oncologia, o número não é exato, principalmente no interior do Estado, onde as pessoas não têm acesso a médicos especializados. “É muito difícil chegar a comunidades ribeirinhas. Poucas pessoas podem vir à capital com freqüência, por isso é difícil diagnosticar casos de câncer nessas áreas”, explicou o presidente regional da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (Abptgic), Adalberto Bonfim.
Fonte: Agência Amazonas
Fonte: Agência Amazonas
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