Cachete - S. M. Antigamente, no Nordeste do Brasil, era assim que se chamava qualquer comprimido para dor.

sábado, 2 de novembro de 2019

Joel Paviotti: A história de Irmã Maurina Borges da Silveira, a freira que foi terrivelmente torturada no Porão do DOPS durante o Regime Militar.

Madre Maurina, foi uma freira presa e torturada pela ditadura militar. Em 1969, irmã Maurina, então diretora de um orfanato de meninas em Ribeirão Preto, foi presa sob suspeita de abrigar membros do grupo guerrilheiro Forças Armadas da Libertação Nacional (FALN), que ela havia pensado que faziam parte do Movimento Estudantil Jovem (MEJ). Levada para o DOPS, em São Paulo, a religiosa passou por cinco longos meses de tortura, em sessões chefiadas pessoalmente pelo temido Delegado Sérgio Paranhos Fleury. Ao que se apurou em investigação realizada pela Comissão da Verdade, Madre Maurina foi torturada com choques elétricos, inserção de corpos estranhos em suas partes intimas e muitos socos e pontapés. 
As sessões só pararam por intervenção de frei Felício da Cunha, que ameaçou excomungar uma série de militares que trabalhavam na delegacia em São Paulo(segundo pesquisadores muitos agentes da repressão temiam tal punição). 
As organizações de esquerda, consideradas criminosas pelo governo militar, escreveram vários manifestos inocentando a Madre de qualquer participação em suas ações, mas não adiantou. Com o término das torturas físicas, a religiosa passou por  quatro presídios diferentes, até ser libertada em troca do Embaixador Japonês, sequestrado pela organização Vanguarda Popular Revolucionária.

Texto - Joel Paviotti 

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Joel Paviotti: A história do Coronel Alfeu de Alcântara. A primeira vítima da Ditadura Militar.

Coronel Alfeu de Alcântara
Essa é pra quem diz que a Ditadura só matou "vagabundo" e "comunista". Alfeu Monteiro, desde 1961, era tenente-coronel e compunha o efetivo do Quartel General da 5ª Zona Aérea, da FAB, situado em Canoas, estado do Rio Grande do Sul.O militar participou ativamente da campanha da Legalidade, encabeçada por Leonel Brizola, que assegurou a posse do presidente eleito João Goulart, contestada, na ocasião, pelos ministros militares.
Liderando oficiais e sargentos, Alfeu impediu que os aviões da base levantassem voo para bombardear a cidade de Porto Alegre, onde o Governador Brizola comandava a resistência.
O ato foi considerado como desobediência ao Estado Maior das forças armadas.
Quando o golpe militar de 1964 foi desencadeado, os militares foram atrás de Alfeu e o executaram a tiros, como forma de vingança e castigo pela desobediência de anos passados.
No mesmo mês do assassinato, foi forjado um processo que absolveu o executor, imputando-lhe legítima defesa. O poder judiciário reconheceu anos depois que o inquérito, processo e julgamento foram fraudados, mas a lei da anistia garantiu a liberdade ao assassino de Alfeu.
O Coronel da Awronautica se recusou a bombardear Porto Alegre, pois não achava certo matar pessoas da própria nação, apenas por que os militares não concordavam com a tomada de posse de Joao Goulart, que inclusive estava garantida em lei.
Alfeu morreu por respeitar as leis e se recusar a derramar sangue inocente.
Texto - @Joel Paviotti 
(Caso queira copiar, por favor colocar os créditos, esse tipo de pesquisa dá bastante trabalho)
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"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma."
(Joseph Pulitzer)