Enquanto no resto do mundo os profissionais de saúde são aplaudidos, tratados como heróis e recebem gratificações especiais pelo seu trabalho insalubre no combate ao coronavírus, em Pernambuco, esses servidores são tratados com descaso e indiferença pelo governo estadual. Em nosso estado já temos mais de 15.000 profissionais infectados, praticamente 1/3 dos contaminados e 16 óbitos de profissionais, com técnicos e técnicas em enfermagem sendo a maioria expressiva. Como se não bastasse a falta de EPI, constantemente denunciada pelos sindicatos, conselhos de classe e imprensa, esses profissionais agora tem que lidar com a redução de uma importante gratificação em seus salários: A gratificação de desempenho, popularmente chamada de "Produtividade".
Em todas as unidades de saúde sob administração do governo estadual, houve um "corte" de 50% ou superior nessa gratificação, justamente em um momento que esses profissionais mais precisam de um reforço financeiro, pois muitos estão afastados e em tratamento da COVID19, a maioria se deslocando aos seus locais de trabalho em transporte próprio ou alternativo para não correr o risco de se infectarem ou infectarem os usuários do transporte publico, além de ainda estar adquirindo EPIs com recursos próprios em função da falta dos mesmos em seus ambientes de trabalho ou pela falta de qualidade dos equipamentos fornecidos. Em 17 de abril de 2020 o Gov. Paulo Câmara (PSB) sancionou o PLC 1045/2020, que beneficia os familiares dos funcionários vitimados pela COVID19 caso tenha adquirido a doença em ambiente de trabalho. Fica clara a conotação demagógica desse ato em um ano eleitoral, sendo assim esperamos que a população do estado e os servidores entendam que aqui em Pernambuco a prioridade tem sido as finanças do estado, a economia e não a vida das pessoas, entre as quais os servidores da saúde.