Cachete - S. M. Antigamente, no Nordeste do Brasil, era assim que se chamava qualquer comprimido para dor.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Caio César: Uma carta para João Campos

Recife, 18 de fevereiro de 2016

Excelentíssimo Senhor futuro Engenheiro Civil, João Campos.

Permita-me invadir seu tempo, digo que senão bastante ocupado por suas responsabilidades e obrigações quanto cidadão pernambucano. E também em especial, por sua adolescência ainda estrelada, preenchida de ocupações naturais, como, por exemplos: assistir Peppa Pig; Jogar Playstation 3; Viciar-se em Game Of Thrones, The Walking Dead; Escutar Justin Bieber; Passar mais 12 horas no Whats App e etc e tal.
Mas venho perdir- lhe que atente a esta carta como um desabafo que acredito eu de todo povo pernambucano, logo após sua nomeação para Chefia de Gabinete do atual Governador de Pernambuco, Paulo Câmara.

Sabe meu jovem...

Caio César
Historiador e Filósofo
Primeiro, gostaria de informar-lhe que sua história política juntada para com a sua imagem pública, já está bem familiarizada aos olhos dos cidadãos que pertencem a este estado. Não mais, a isto posto, seu reconhecimento vem de um processo oligárquico e coronelista, implantando desde de seu já falecido Pai, Eduardo Campos, que se enraizou em nosso estado, contaminando aqui, a legitimidade democrática, o estado democrático de direito, e tangente a estes, os registros que permeiam a cidadania, pautados, em nossos direitos sociais, civis e jurídicos. Assim resumo melhor: Aqui em Pernambuco a política pertence a uma família e não a ética postulada sob os princípios morais e de valores coletivos e isonomicos perante os ordenamentos justos democraticamente.

Segundo, venho dizer-lhe também que, a grande maioria do povo pernambucano, sentiu-se ameaçado "individualmente", depois de sua nomeação para o 3° maior cargo de confiança, escalado na hierarquia do erário público, dentro do Governo do Estado, cujo você em seu primeiro emprego, como ainda estudante de engenharia civil, lhe renderá penso eu, excelentes frutos de no mínimo R$ 8. 000, 00, isto sem as gratificações e outras espécies de vencimentos que ainda serão somadas ao seu dignifico salário trabalhista suado, de Chefe de Gabinete do Governador de Pernambuco, Paulo Câmara. Assim resumo melhor: Um jovem aprendiz, sob seu primeiro emprego, recebe em torno de R$ 400, 00; piões de firmas que trabalham no pesado, cerca de 10h por dia, para sustentar família e filhos, recebem menos de R$1. 000, 00; Policiais militares que sacrificam suas vidas para prenderem ladrões de galinha, recebem em torno de R$ 2. 500, 00; Médicos plantonistas concursados pelo estado, responsáveis por salvar vidas, virando à noite, sem condições de trabalho, recebem em torno de R$6.000, 00; professores concursados que trabalham pelo estado, há mais de 25 anos, recebem em torno de R$ 2. 500,00; Professores-mestres/doutores- concursados pelo estado, que estudaram mais de 20 anos da vida, recebem um pouco mais de R$ 7. 000, 00; Gerentes de Bancos Privados, excedendo seus horários de trabalho, recebem em torno de R$ 4. 000, 00; Empregadas domésticas, em torno de R$1000, 00; Garis, em torno de R$1. 000, 00... enfim, estes mais outros profissionais dignos de suas contribuições para com os serviços que prestam, recebem bem abaixo do que o senhor receberá. Digo também, sem regalias, auxílios e descontados em suas remunerações mais de 30% de impostos. Ou seja, tem como não se sentir ameaçado-se sentir uma bosta n' água-, diante desta impugnação não meritocrática ou racionalidada sob alguma condição que valorize de fato a competência de um indivíduo?

Terceiro, sua nomeação, só fez ainda mais alimentar este sistema político podre, imundo e insano. Corrompido por condutas patrimonialistas e clientelistas. Embora, muitos de nós, depois desta ação, passamos agora a enxergá-lo sob esses princípios anti- éticos e imorais. Quer dizer, tomará, né?!

Por fim, e não obstante, venho avisá- lo que até seus amigos trabalhadores partidários,-neste caso, os conhecidos peões do PSB- que perduram e sobrevivem com pequenos contratos ou cargos em comissão, dados como se fossem lixo, desde longos períodos de tempo, sacrificando seus principais morais-ideológicos e suas vidas, em troca de salários e regalias humilhantes, depois de muito esforço psicológico e humano para se consolidar uma liderança no mínimo comunitária, cujo em mãos dão mais votos que o Senhor, estão observando este caso, com uns olhos meios estranhos. Neste caso, adianto para que tome cuidado ao menos politicamente. Pois deves saber, por ter o sangue herdado, que a inveja na política, é uma traição a ser planejada. Uma espécie de inverter e transceder maquiavél, sob a condição da citação de que, "é mais preferivel preferível hoje, na política, ser amado que temido". Soar melhor à dos traidores futuros. Disto seu pai fez muito bem.

Venho encerrar esta carta, e peço desculpas se me exaltei ou extrapolei meu senso linguístico que prega nada mais, nada menos, que as noções essenciais da democracia e da liberdade de expressão. 
No mais, desejo-lhe toda sorte do mundo em sua formação de engenharia e nos estágios finais dos jogos de PLAYSTATION que caminha sua adolescência.
E só para constar: 
Resumi melhor alguns parágrafos, para seu melhor entendimento!

Muito obrigado

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Cláudio Terrão: Sobre Tolerância e Noção Espacial

Comecemos com um raciocínio bem singelo: aquele que não está na extrema direita estará sempre à esquerda de alguém. Da mesma forma, quem não está na extrema esquerda estará, por óbvio, à direita do que ocupa essa posição. E de um extremo ao outro, as pessoas se ladeiam em posições sempre relativas. A noção espacial é, portanto, nosso ponto de partida para a compreensão da relatividade. Pois bem.  Numa sociedade tão complexa como a atual, será mesmo possível classificar as pessoas e colocá-las em caixinhas cujos rótulos estampassem: de esquerda, ou liberal, e de direita, ou conservador? Quem são ‘os esquerdas’ e ‘os direitas’ em um complexo não linear: uma sociedade plural? Basta um exame de consciência e respostas sinceras a alguns questionamentos simples para que se verifique o quanto esses rótulos são irrelevantes. Eis um exercício para reflexão. Um homossexual que se coloca contra a liberação das drogas, ou do aborto, é um conservador? Será possível alguém defender as três ideias anteriores e não ser socialista, mas um capitalista ortodoxo? Um branco não racista, mas antissemita, é liberal ou conservador? Um ateu que defende a distribuição da riqueza conforme o mérito individual é liberal ou conservador? E um homem de fé, um religioso radical, que seja socialista, é liberal? E por fim: as respostas a essas questões podem ser dadas na simplicidade de uma afirmativa ou negativa categórica? Creio que não. Se eu gosto do vermelho e do azul, mas não gosto do verde, qual implicação isso tem com o fato de gostar de cão, mas não gostar de gato? Nenhuma é claro. Porque não há qualquer relação entre um fato e outro. Simples, não?  Não. Infelizmente, não é tão fácil assim. Porque as pessoas tendem a pensar no absoluto de si mesmas. Milhões de absolutos diferentes que precisam relacionar-se. É isso que caracteriza uma sociedade complexa: que há nas relações sociais uma dinâmica multiplicidade de interesses e ideias e opções. E, para complicar um pouco mais, esses valores ou concepções morais individuais podem ser combinados em tal variedade e ordem de grandeza que parece mesmo impossível qualquer convívio social. Mas como poderemos conviver então, se somos tão singulares? Compreendendo exatamente isso: que somos diferentes e somente com tolerância podemos de fato viver numa democracia. Concepções individuais absolutas eliminam qualquer possibilidade de racionalização dessa imensa complexidade social. E a harmonização dessas diferenças somente se consegue através do debate democrático e do diálogo. Não se trata, portanto, de eliminação das diferenças, mas de harmonização. E isso só é possível com tolerância e respeito às opções alheias. É fundamental compreender que alguém ao seu lado, seja à esquerda ou à direita, pode ter propósitos muito semelhantes ao seu. Mas se quiserem ainda assim me impor um rótulo, que seja o de um radical tolerante-democrático.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Nilton Monteiro: Entrevista Bomba!

Esta entrevista comprova a partidarização da nossa Justiça Federal.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Jorge Furtado: A Perseguição Política a Lula

Jorge Furtado
Cineasta
Nunca houve uma perseguição política contra um homem público como a que a direita e sua mídia estão fazendo agora contra Lula. O objetivo é só um: tentam enfraquecê-lo para a eleição de 2018 quando pretendem, pela quinta vez, retomar o poder que perderam em 2002.
Getúlio e Jango, outros dois presidentes que desagradaram interesses da elite brasileira (aumentaram o salário mínimo, protegeram a Petrobras dos interesses americanos, etc.), sofreram perseguição semelhante em 1954 e 1964, mas na época os jornais, rádios e tevês falavam sozinho e foi mais fácil e rápido derrubar os presidentes democraticamente eleitos.
A resistência contra um golpe de estado hoje seria bem maior. O fato de Lula ser um sobrevivente do apartheid brasileiro, sem a vocação suicida de um fazendeiro rico e deprimido como Getúlio, e a memória da tragédia da ditadura militar que sucedeu Jango, sugerem que desta vez a direita terá que voltar ao poder pelo voto.
Por isso a campanha midiática contra Lula é tão importante e de intensidade inédita. A notoriedade que hoje dão às decisões de um juiz medíocre de primeira instância em Curitiba e sua turma de policiais e procuradores tucanos é parte deste espetáculo grotesco, onde a imprensa de direita é, mais uma vez, a protagonista.
Aparentemente, a campanha está funcionando. Cresce o número de midiotas - leitores sem tempo para ir além dos telejornais e das manchetes da velha imprensa, onde pouco jornalismo sobrevive - que acreditam que Lula cometeu vários crimes, embora eles não saibam citar nenhum, se perguntados.
Os midiotas também não sabem em quem pretendem votar, não tem projeto algum para o país, não são a favor de nada ou de ninguém, são apenas "contra o Lula" e "contra o PT".
Você não verá midiotas defendendo os políticos de oposição, até porque as opções são tão frágeis que eles sonham com a invenção de algum novo Collor, como Joaquim Barbosa, a tempo de enfrentar Lula ou algum candidato apoiado por ele - Ciro Gomes, por exemplo - antes de 2018.
Esta lógica, votar em "qualquer coisa menos o PT", já produziu aberrações com Ivo Sartori, o desgovernador do Rio Grande do Sul. Se a midiotice tem poder suficiente para provocar estrago semelhante no país, descobriremos em 2018.
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"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma."
(Joseph Pulitzer)