Cachete - S. M. Antigamente, no Nordeste do Brasil, era assim que se chamava qualquer comprimido para dor.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Bob Fernandes: Outra Vez a Opinião Pública Derrota a Opinião Publicada

O Brasileiro está ficando esperto...

Eleição em São Paulo: A Desculpa de Álvaro Dias

E somos todos um bando de retardados... Alvinho!
Alianças contraditórias??? Esqueceu-se das alianças do PSDB, também???



quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Desmascarando a Falsa Imparcialidade a Rede Globo

Falta abrir a CPI... Mas quando???

Luis Fernando Verissimo: Diálogo Urbano, no Meio de um Engarrafamento. Carro a Carro.

Tá tudo parado... 
...Na oposição! Chora Tucano!

- É nisso que deu, oito anos de governo Lula. Este caos. Todo o mundo com carro, e todos os carros na rua ao mesmo tempo. Não tem mais hora de pique, agora é pique o dia inteiro. Foram criar a tal nova classe média e o resultado está aí: ninguém consegue mais se mexer. E não é só o trânsito.
As lojas estão cheias. Há filas para comprar em toda parte. E vá tentar viajar de avião. Até para o exterior - tudo lotado. Um inferno. Será que não previram isto? Será que ninguém se deu conta dos efeitos que uma distribuição de renda irresponsável teria sobre a população e a economia? Que botar dinheiro na mão das pessoas só criaria esta confusão? Razão tinha quem dizia que um governo do PT seria um desastre, que era melhor emigrar. Quem pode viver em meio a uma euforia assim? E o pior: a nova classe média não sabe consumir. Não está acostumada a comprar certas coisas. Já vi gente apertando secador de cabelo e lepitopi como e fosse manga na feira. É constrangedor. E as ruas estão cheias de motoristas novatos com seu primeiro carro, com acesso ao seu primeiro acelerador e ao seu primeiro delírio de velocidade. O perigo só não é maior porque o trânsito não anda. É por isso que eu sou contra o Lula, contra o que ele e o PT fizeram com este país. Viver no Brasil ficou insuportável.

- A nova classe média nos descaracterizou?

- Exatamente. Nós não éramos assim. Nós nunca fomos assim. Lula acabou com o que tínhamos de mais nosso, que era a pirâmide social. Uma coisa antiga, sólida, estruturada...

- Buuu para o Lula, então?

- Buuu para o Lula!

- E buuu para o Fernando Henrique?

- Buuu para o... Como, "buuu para o Fernando Henrique"?!

- Não é o que estão dizendo? Que tudo que está aí começou com o Fernando Henrique? Que só o que o Lula fez foi continuar o que já tinha sido começado? Que o governo Lula foi irrelevante?

- Sim. Não. Quer dizer...

- Se você concorda que o governo Lula foi apenas o governo Fernando Henrique de barba, está dizendo que o verdadeiro culpado do caos é o Fernando Henrique.

- Claro que não. Se o responsável fosse o Fernando Henrique eu não chamaria de caos, nem seria contra.

- Por quê?

- Porque um é um e o outro é outro, e eu prefiro o outro.

- Então você não acha que Lula foi irrelevante e só continuou o que o Fernando Henrique começou, como dizem os que defendem o Fernando Henrique?

- Acho, mas...

Nesse momento o trânsito começou a andar e o diálogo acabou.

Opinião dO Cachete:
Mais uma culpa para a conta de Lula... Engarrafamentos e aumento de consumo... Esse Lula... merece um impeachment!!!

Jânio de Freitas: Para Rir ou Chorar

Um juiz não pode querer condenar nem absolver, tem de procurar fazê-lo à margem de sua vontade

QUEM VIU a sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal, ou alguma das anteriores com o mesmo nível de ética e de civilidade, pode compreender que o ministro Joaquim Barbosa assim opinasse sobre o artigo do "New York Times" que qualificou de risível a Justiça brasileira:

"Eu apenas me referi a um artigo -com o qual concordo".

Mas compreender tal concordância do "novo herói nacional" não leva a compreender uma questão mais simples: por que o ministro Joaquim Barbosa permanece como componente dessa "Justiça risível", e no ponto culminante dela, se poderia desligar-se ao perceber seu caráter ou nem aceitar compô-la?

A resposta esperta seria a da permanência para lutar por melhorá-la. Resposta desgastada, é verdade, desde que certa corrente do comunismo não desperdiçava boas situações, com a alegação de que "a luta por dentro" era mais eficaz. Não só para o objetivo comunista, claro.

O artigo citado por Joaquim Barbosa ocupou-se das sessões de julgamento do mensalão. Nas quais o ministro é protagonista de cenas inspiradoras do comentário publicado. A própria referência ao artigo veio em mais um acesso de inconformismo de Joaquim Barbosa com a discordância, por sinal vitoriosa, de outros ministros à sua posição (esta, seguida pela linha-dura: Luiz Fux, Marco Aurélio e Ayres Britto).

Há pouco, houve críticas a um comentário cético do ministro Marco Aurélio sobre a próxima presidência do Supremo por Joaquim Barbosa. A preocupação se justifica, no entanto.

Os poderes maiores da presidência sempre implicam o risco de excesso incompatível com o tribunal. Se a discordância basta a Joaquim Barbosa para investir de modo insultuoso e atropelador, agora que suas condições hierárquicas têm as limitações de poder comuns a todo o plenário, não há dúvida de que o risco da futura presidência estará bastante aumentado.

Ainda ontem, quando discutida a proposta de condenação em que foi derrotado, Joaquim Barbosa voltou a uma afirmação intrigante lançada anteontem a respeito do ministro Ricardo Lewandowski: "O revisor barateia muito o crime de corrupção". Nas circunstâncias, não era uma constatação. A não ser a respeito do autor da frase e da atitude que expõe.

Cá fora, a descarga de raiva e a consequente ânsia de condenações, tão terríveis quanto possível, são partes das atitudes comuns. Mas um juiz não pode querer condenar nem absolver. Tem de procurar fazê-lo à margem de sua vontade.

O ministro Joaquim Barbosa, porém, em geral transmite a impressão - não de agora - de formular suas decisões com bem mais do que saberes jurídicos e reflexões.

CRIAÇÕES

Mais uma vez: "...o mensalão, idealizado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu" (em "Valério cumprirá pena em regime fechado, decide STF", pág. A4 de ontem). Com três meses do julgamento no Supremo, o mensalão continua a receber essa origem, com frequência, em jornais, TVs e rádios.

E José Dirceu, para ser criador do mensalão, só pode ser imaginado no PSDB em 1998, com Marcos Valério, na tentativa fracassada de eleger o peessedebista Eduardo Azeredo para o governo de Minas.

Como é que isso ainda acontece? Eu é que não vou dar meu palpite.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Marco Aurélio Mello Volta a Defender o Golpe Militar de 1964

Revolução, Ministro???? Golpe!!!!

É esse tipo de gente que a imprensa e parte da sociedade está defendendo...

Barbosa: "Pela manhã Eu Estava Errado..."


Conta-se, e acredito que seja lenda, que em uma certa manhã, Rui Barbosa ao defender uma situação em um julgamento, argumentou utilizando uma certa linha de raciocínio. Ganhou o processo e o mesmo foi passado em julgado. À tarde, ao se deparar com situação semelhante, porém de forma invertida, ele inverteu o seu raciocínio utilizado pela manhã. Ao ser interpelado pelo advogado da parte contrária sobre o argumento utilizado pela manhã, ele retrucou... "Pela manhã eu estava errado...".

Assim agirão os Ministros do STF quando, e se, julgarem o "Mensalão do DEM" e a "Privataria Tucana"... Não se espantem!

Será que Joaquim Barbosa e Rui Barbosa são parentes??? Não... Acho que não...

domingo, 21 de outubro de 2012

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Renato de La Rocha: A Suprema Provocação

Renato de La Rocha
Caros amigos e amigas.

Após um longo tempo sem escrever para vocês, hoje, sinto-me compelido a escrever, pois entendo que o assunto é muito importante para eu ficar indiferente e não compartilhar a minha opinião com vocês. Se tenho ou não razão, certamente, o "senhor tempo" nos dirá, bem como confesso que estou torcendo muito para que eu esteja equivocado nas opiniões sobre os fatos que, a seguir, irei relatar para vocês e que intitulei de A SUPREMA PROVOCAÇÃO.

Então, vamos aos fatos e às minhas deduções.

Onze homens e mulheres, por "privilégios" da sua profissão de advogados, foram “escolhidos politicamente” entre mais de 180 milhões de pessoas, que jamais se submeteram ao voto popular, que ganharam de presente um cargo público vitalício, sem sequer prestar o devido e legal concurso público, com estabilidade absoluta no emprego, posto que a única punição é a “aposentadoria compulsória”, ganhando altíssimos salários e muitas mordomias, dignas de gente que ganha um prêmio milionário e de fazer inveja a qualquer membro das altas cortes dos antigos reinados europeus, sendo que, se tudo isso ainda não bastasse, estes homens e mulheres, depois da “posse da propriedade" do cargo, passam a ser considerados como semideuses, pois suas “decisões judiciais", além de "intocáveis e finais", não devem ser discutidas e muito menos contestadas, apenas cumpridas.

Apenas onze homens e mulheres - os "escolhidos", depois ungidos, compõem a mais alta corte da Justiça(?) brasileira – o Supremo Tribunal Federal – STF, que, desde o dia 2 de agosto deste ano, do alto dos seus cargos e com suas ridículas e grotescas capas pretas, passaram a julgar um processo, que ficou popularmente conhecido como “mensalão”, contra políticos do PT e de outros partidos. Então, desde este dia, passaram a agredir o povo brasileiro com as suas opiniões surreais, ilações sem nexos, sem provas nos inquéritos e totalmente alheios à realidade brasileira, para satisfazer a vontade e os obscuros interesses dos grupos conservadores, dos reacionários e da grande imprensa brasileiros, inconformados por estarem longe do poder há mais de 10 anos e com perspectivas de ficarem outros 10 anos longe das gordas tetas das verbas públicas, conseguiram transformar o STF num tribunal de exceção para condenar o povo brasileiro porque este, desde 2002, “votou mal” nas eleições, votou contra o domínio de mais de 500 anos das "elites" políticas, econômicas e religiosas. Como os negros da senzala poderiam governar a "casa grande"? Segundo a ótica dos neo-golpistas, isto é a "inversão dos valores". 

Não podemos esquecer que as "decisões condenatórias" deste tribunal de exceção estão sendo "festejadas" nos EUA e em grande parte da Europa, pois eles creem que também poderão ser "beneficiados" com a condenação de um governo popular, com fundamentos socialistas e anti-liberal, posto que, tanto os EUA quanto grande parte da Europa, foram derrotados e desmoralizados com a sua política neoliberal e financeira de favorecimento aos grandes grupos econômicos. 
Embora a grande imprensa esconda dos seus infelizes consumidores, este julgamento é sim um “tribunal de exceção” e que está sendo transmitido para o mundo. Ninguém, mesmo com o mínimo de conhecimento, pode deixar de ver que é um julgamento político contra os réus. 
Quando iniciou o julgamento, denominei-o de CIRCO JURÍDICO-MIDIÁTICO e o tempo comprovou que foi um "bom apelido", posto que tudo virou um circo, onde palhaços e malabaristas fazem as suas apresentações para a diversão da grande imprensa. Provas nos autos, pouco ou nada interessam, basta o “entendimento” dos semideuses para condenarem os réus. Os argumentos que ontem foram usados pelo STF para absolver o ex-presidente Collor, hoje, estes mesmos argumentos são descartados para condenar os "novos réus" do Partido dos Trabalhadores.

No dia 2 de agosto, quando o suspeito de prevaricação e procurador geral da República, Roberto Gurgel, que engavetou, por mais de dois anos, um processo contra o Demóstenes Torres, Carlinhos Cachoeira e outros membros da quadrilha, exercendo a função de “promotor de justiça” começou a ladainha jurídica, foi também o início das agressões e, desde então, estas não pararam mais. Agressões contra a “política brasileira”, contra os “políticos brasileiros”, contra o Partido dos Trabalhadores e contra todos que ousaram tornar o Brasil um país independente, não mais subserviente aos interesses dos EUA, menos desigual e resgatado o nacionalismo dos brasileiros. O julgamento(?) tornou-se como uma forma de vingança dos "ungidos" contra o povo por este ter votado nos governos populares do Lula e da Dilma. É a desforra dos sem votos, da minoria e dos inconformados contra os governos populares.

Sim, é uma desforra, porque as oligarquias corruptas jamais aceitaram as derrotas nas eleições de 2002, 2006 e 2010.

Afirmo que é um tribunal de exceção porque o “mesmo esquema”, que ora está sendo julgado e massacrado, foi feito pelos representantes destas oligarquias nos anos de 1997 e 1998, tais como: compra de votos para alterar a Constituição para reeleger o presidente FHC do PSDB; esquema de arrecadação ilícita de dinheiro, mais conhecido como “mensalão mineiro” do PSDB, tendo como “operador do esquema” o mesmo réu de hoje – Marcos Valério. Marcos Valério e seus esquemas foram “criados” pelo PSDB e que muito serviu aos propósitos do PSDB e das oligarquias que este partido representa. Tudo com rios caudalosos de provas, mas tudo isso foi ignorado pelo STF, que decidiu engavetar o processo e o julgamento do PSDB para dar "prioridade" no julgamento, convenientemente agendado para um período eleitoral, a fim de achincalhar com o PT e todos os milhões de brasileiros que votaram neste partido.

Hoje, até o ex-presidente FHC, vejam só a que ponto chega a arrogância desta corja, está pousando para a imprensa como um político ético e honesto, pois ele tem absoluta certeza de que ninguém irá confronta-lo com os reais fatos e as "verdades", que ocorreram no seu governo, tais como a compra de votos para a sua reeleição e toda a sujeira que ficou para trás das privatizações das empresas estatais. FHC disse que "está na hora de moralizar a política". 
Em qualquer nação do mundo, que tenha um judiciário sério e honesto, este cara estaria preso por "crimes de lesa-pátria" (danos ao patrimônio público), mas aqui, além de livre, ele é festejado e prestigiado pela grande imprensa e por todos os neo-golpistas de plantão. 

Nem mesmo o "livro dossiê" - A PRIVATARIA TUCANA, com centenas de provas oficiais e legais, acusando o José Serra e o PSDB de furtos e propinas avaliados em mais de R$ 1 bilhão, jamais foi notícia na imprensa corrupta e, muito menos, alvo de investigação da mesma procuradoria que, hoje, acusa membros do PT de corrupção. Um bilhão de reais desviados em propinas oriundas da PRIVATARIA TUCANA. Mas quando o crime é cometido pelas elites, para o STF, o destino é a gaveta, como foram durante os oito anos do governo FHC. Os criminosos, Cacciola, que fugiu com a benevolência do STF, e Daniel Dantas, que continua solto por benevolência do STF e o "engavetamento" do mensalão do PSDB são fatos incontestáveis de que o STF usa de dois pesos e duas medidas para julgar. 

Mas engana-se quem pensa que este julgamento é ou será apenas para condenar os infelizes réus, que ora estão sendo massacrados pelas artimanhas e pelas chicanas jurídicas dos "ungidos" do STF, ele tem a inequívoca proposta para a ruptura do processo democrático, que vem dando vitórias e mais vitórias do povo contra as oligarquias e contra os seus meios que enganação e de desinformação, ou seja, a grande imprensa. O atual julgamento(?) e as "condenações" do ex-ministro José Dirceu, do Partido do Trabalhadores e do governo do presidente Lula, é um "balão de ensaio", para o próximo passo - o Lula, que, certamente, será a próxima vítima de um julgamento de exceção, posto que, como já está comprovado, a falta de provas não terá importância alguma para leva-lo a um "julgamento" e à condenação pelo STF. O processo judicial, o julgamento e a condenação do ex-presidente Lula serão os próximos passos das oligarquias e da grande imprensa corruptas para retomar o poder.

As provocações e as agressões promovidas pelos semideuses terão como objetivo e motivação para "julgar" o ex-presidente Lula – fazer o povo revoltar-se contra o “julgamento”, provocar um caos social e assim “dar motivo” para um “golpe branco” através da interferência dos militares para “trazer a ordem e a paz”. Engana-se quem pensa que os militares estão "satisfeitos", estes também se consideram "semideuses" e veem com "maus olhos" qualquer política que beneficie a maioria do povo. Para eles, isto é "comunismo". Isto já foi feito aqui no Brasil nos anos 50 e 60 do século passado, quando estas mesmas oligarquias, igreja católica, militares e imprensa, usando dos mesmos artifícios e mentiras de hoje, derrubaram os governos populares do Getúlio Vargas (1954) e do João Goulart (1964), ambos acusados de "comunistas".
Há pouco tempo, golpe semelhante também foi feito em Honduras e, mais recentemente, no Paraguai e ambos os golpes de estado com o devido apoio dos "militares", da imprensa, da igreja católica e dos EUA.

Não foi sem motivos que a presidenta Dilma “ordenou” para que ninguém do seu governo fomentasse qualquer revolta contra o julgamento de exceção, proibiu até mesmo de darem “opiniões pessoais”, pois ela sabe que tudo será usado contra o seu governo. Digo também para que não estranhe o "silêncio" do Congresso, pois os políticos do PT e seus aliados sabem do "esquema" e que nada poderão fazer contra ele. O golpe será através ou provocado pelo Judiciário, tal como foi feito em Honduras e no Paraguai. 
Felizmente, os movimentos sociais também entenderam que este julgamento de exceção é uma provocação à ruptura e por isso acredito que, até hoje, nenhum deles foi fazer manifestações de protestos contra o STF.

Tudo diz respeito ao SUPREMO, o supremo que deixou fugir Cacciola, o supremo que mantém solto o Daniel Dantas, o supremo que concedeu a liberdade para o assassino da missionária Dorothy Stang, o supremo que possibilitou a fuga do tarado Roger Abdelmassih, o supremo que deu "anistia" à Lei da Anistia, feita pelos torturadores da ditadura militar, e do supremo que inverteu a pauta do julgamento do mensalão do PSDB para atacar os governos populares do Lula e Dilma. 

Infelizmente, nós, a maioria do povo brasileiro, temos que nos submeter à "vontade" de apenas ONZE SEMIDEUSES, manipulados pela grande imprensa, e ficarmos inertes diante da SUPREMA PROVOCAÇÃO para não dar motivos para um golpe de estado e evitar que as oligarquias corruptas, preguiçosas, racistas, egoístas e elitistas tomem o poder na marra, porque no voto eles vão ter que esperar por mais de uma década, se é que até lá elas consigam sobreviver sem as "tetas do governo".

E, para finalizar, sugiro ler o artigo escrito pelo Paulo H Amorim, que tem tudo a ver com as minhas opiniões, no seguinte endereço: 

Meus caros amigos e amigas, recebam todos um fraterno abraço do seu inconformado e estressado amigo,

Renato de la Rocha

Renato de La Rocha: O STF Criou um "Novo Veneno"

Caros amigos e amigas.

Cá estou eu novamente com as minhas conjecturas sobre o julgamento do "mensalão" no STF, que denominei de CIRCO JURÍDICO-MIDIÁTICO, desta vez, para escrever sobre "uma das" chicanas jurídicas criadas e usadas pelos "semideuses" ministros do Supremo para condenarem os réus "sem provas" - o domínio funcional do fato.

Para mim, não resta mais dúvida alguma de que esta chicana - "domínio funcional do fato", foi articulada pelos "malabaristas" para poder condenar os réus "sem provas", como foi o caso do José Dirceu, posto que não existia prova alguma no processo para que pudesse ser usada contra ele para incrimina-lo de ser chefe de quadrilha e de outros adjetivos criminosos que lhe foram imputados pelos "semideuses". 
Em resumo, a tal chicana do "domínio funcional do fato" é uma forma de acusar e condenar sem provas, basta o "réu" ser dirigente de uma instituição, no caso do José Dirceu, de um partido, no caso, do Partido dos Trabalhadores, do qual ele já tinha se afastado, para leva-lo ao julgamento e agora condena-lo, simplesmente porque ele era o ministro chefe da Casa Civil quando houve o tal do "mensalão". Como pode ser constatado, durante todo o julgamento promovido pelo CIRCO JURÍDICO-MIDIÁTICO não foi apresentada "nenhuma prova material" da existência do "mensalão" e muito menos contra o José Dirceu. Como disse o procurador prevaricador Roberto Gurgel: as provas são "tênues" e que chefe de quadrilha não deixa "rastro". Certamente, o tal do Gurgel não leu o livro A PRIVATARIA TUCANA, pois nele constam centenas de provas (legais e formais) contra o chefe da quadrilha da privataria tucana - José Serra. Mas este é outro assunto. Continuando...

Hoje, não resta mais dúvida alguma que a totalidade dos "réus" serão condenados, depois, virão as "penas", não as penas dos tucanos do PSDB, mas as penalidades que serão impostas aos "criminosos" e aí que o "veneno" usado para condenar os réus poderá vir a ser usado também contra qualquer cidadão. 
Após concluído o processo, a decisão do Supremo criará a "jurisprudência" da condenação de qualquer réu com base no "domínio funcional do fato". Por exemplo, qualquer general ou coronel do exército, que durante a ditadura militar tenha sido cometido assassinato ou tortura de prisioneiros sob o seu "comando", mesmo que estes aleguem "desconhecer" e de ter "participado" de qualquer morte ou tortura, poderão ser levados a julgamento e condenados, posto que com o uso do "domínio funcional do fato", todos poderão ser considerados como responsáveis pelos "assassinatos" e pelas "torturas" cometidos pelos seus "subalternos".
Assim sendo, no futuro, qualquer ministro de estado, secretário de estado ou até mesmo um prefeito, dos quais algum dos "assessores" cometa um ato ilícito, corrupção ativa ou passiva, sob a ótica perversa do "domínio funcional do fato", poderá ser levado a julgamento e, certamente, será condenado, posto não não mais serão necessários "provas materiais". 
Atualmente, tem um ex-secretário da prefeitura paulista, do governo Serra/Kassab, que está envolvido até a alma com corrupção (em menos de 4 anos o bandido comprou mais de uma centena de imóveis com dinheiro de propinas). Será que o Serra e o Kassab serão julgados e condenados com base no "domínio funcional do fato"? 
Com o "novo veneno" criado pelo STF, qualquer candidato eleito, que tenha sido comprovado o uso do "caixa 2" na sua campanha, não mais poderá alegar "desconhecimento" do fato e poderá ter o seu mandato cassado. Simples assim. 

Os ministros do Supremo, na ânsia de atender aos interesses da grande imprensa para "condenar os réus", criaram um veneno que poderá ser usado contra ela própria, como é o caso do dono da revista Veja, que tem o jornalista Policarpo envolvido com a quadrilha do Carlinhos Cachoeira. Roberto Civita poderá ser levado a julgamento e condenado com base no "domínio funcional do fato", afinal, o Policarpo é um dos diretores do folhetim dele, portanto, o Civita tinha o domínio funcional do fato do Policarpo ser um "quadrilheiro" ou "cúmplice" de um criminoso.

Um fraterno abraço a todos,

Renato de la Rocha

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

José Serra se Irrita com Pergunta do Jornalista Kennedy Alencar da CBN

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, mostrou irritação durante entrevista à rádio "CBN", na manhã desta terça-feira (16), com a pergunta feita pelo jornalista Kennedy Alencar sobre a semelhança entre a cartilha anti-homofobia elaborada durante a gestão do PSDB no governo do Estado, e o material feito pelo MEC (Ministério da Educação) na gestão de Fernando Haddad (PT), hoje adversário de Serra no segundo turno.
Serra rebate a pergunta pondo em dúvida se o jornalista de fato leu a cartilha tucana e o acusa de "propagar trololó petista", segundo afirma o candidato na entrevista.

O material anti-homofobia distribuído em 2009 para escolas públicas pelo governo do Estado de São Paulo, na administração de Serra (2007-2010), tem pelo menos dois vídeos iguais ao material do MEC, que ficou conhecido como "kit-gay", após receber críticas de grupos evangélicos e ter sua distribuição suspensa pela presidente Dilma Rousseff (PT).

Fonte: UOL

Opinião dO Cachete:
Jornalistas, cuidado! Não façam perguntas ao José Serra próximo a objetos contundentes, pedras, paus e assemelhados... Ou usem o "Kit Entrevista com o Serra", abaixo.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

José Dirceu no Julgamento de Alice

Via Direto da Redação
Urariano Mota

Recife (PE) - Não se enganem os leitores. O mensalão no STF é, na essência, um julgamento político. E se ainda têm dúvida, observem a mídia massificada, o abuso de imagens na televisão, a telenovela em que se tornou o tribunal cuja chamada é punição aos corruptos para um novo Brasil. Um leitor calejado diria que as notícias se fabricam como as salsichas, com sangue e gordura fartos em ambiente de náusea. No entanto, o que há de mais pedagógico nesse julgamento é o fim das ilusões de como age o Supremo Tribunal Federal. Ali também se produzem salsichas, a saber, votos e juízos se fazem em obediência à sociedade de classes, na feroz luta política.

Se ainda têm dúvida, observem que o conceito de prova foi reinventado. Indícios, que possuem a natureza, por definição, de serem hipóteses, viraram fatos, sob o especioso argumento de “é impossível que ele não soubesse”. Houve provas como deduções de retórica, digna de sofistas, na base do se isso, então aquilo. O elementar de qualquer tribunal do mundo civilizado, do não basta supor, não basta desconfiar, não basta ter como provável, foi jogado às favas. E por que ministros tão ilustres, pelo menos no brilho de suas ideais funções, sepultaram as nossas melhores ilusões de justiça acima de classes? O alvo do julgamento é Lula. O alvo são as conquistas de um governo de esquerda, que se trouxe ganhos maiores para o capital, também redistribuiu renda, e no que tem de pior, ameaça uma permanência no poder que pode gerar insuportável democracia: leis de regulação da mídia, perdas irreparáveis de privilégios. 

Daí que foi dado o passo necessário para a condenação do ex-presidente Lula: a punição de José Dirceu. Falta só mais um degrau. Na verdade, muito antes desta semana, o julgamento de Zé Dirceu estava escrito desde o século dezenove. Em escrita criadora, o seu julgamento já havia sido feito desde 1865. Mais precisamente, sob a pena de Lewis Carrol, em Alice no País das Maravilhas. O leitor por favor acompanhe estas linhas de Alice. 

“- Não, não! - berrou a Rainha. - Primeiro a sentença, depois o veredicto”.

Se substituímos a Rainha pelo conjunto imprensa e tribunal do Brasil, perceberemos que aqui também a condenação estava antes sentenciada. Mas continuemos com Alice: 

“Neste momento o Rei, que estivera ocupado por algum tempo escrevendo em seu caderno de notas, gritou:

- Silêncio! - e leu: ‘Artigo Quarenta e Dois: Todas as pessoas com mais de um quilômetro e meio de altura devem deixar o tribunal.’

Todo o mundo olhou para Alice.

- E não irei de jeito nenhum - disse Alice; - além do mais, este artigo não é legal: você acabou de inventá-lo.

O Rei empalideceu e fechou apressadamente seu caderno de notas. ‘Façam o seu veredicto’, disse ao júri, com voz baixa e trêmula”.

Se fazemos a diferença de que no Brasil os ministros do Supremo não empalideceram, os procedimentos criados pelo STF para esse julgamento repetem à perfeição Alice. Mas continuemos com o julgamento de José Dirceu, agora de modo mais claro:

“- Com licença de Vossa Majestade, ainda há provas a examinar - disse o Coelho Branco dando um salto: - este documento acaba de ser encontrado.

- Do que se trata? - indagou a Rainha.

- Ainda não abri - respondeu o Coelho Branco. - Mas parece ser uma carta, escrita pelo prisioneiro para alguém.

- Só pode ser isso - disse o Rei, -a menos que tenha sido escrita para ninguém, o que não é muito usual.

- A quem é endereçada? - perguntou um dos ministros.

- Não é propriamente endereçada...- disse o Coelho Branco, - na verdade, não há nada escrito do lado de fora. Enquanto falava, desdobrou o papel, acrescentando: - Nem é uma carta, afinal de contas: são versos.

- Estão escritos com a caligrafia do prisioneiro? – perguntou outro.

- Não, não estão - respondeu o Coelho Branco - e isso é o mais estranho de tudo. (Todos pareciam perplexos.)

- Ele deve ter imitado a caligrafia de outra pessoa – disse o Rei. (Todos animaram-se outra vez.)

- Com licença de Vossa Majestade - disse o réu, - eu não escrevi isso, e ninguém poderá provar o contrário: não há nenhum nome assinado embaixo.

- Se você não assinou - disse o Rei - isso só piora a situação. Você certamente deve ter feito algo de errado, ou então teria assinado seu nome como qualquer pessoa honesta...

- Isso prova a sua culpa, é claro - disse a Rainha: - Logo, cortem a sua cabeça!”

O logo acima foi conjunção para Lula e advérbio de tempo, urgente, em uma só palavra. Logo, cortem a cabeça da esquerda, foi, é a sentença. Provas para quê? 

Urariano Mota – Recife

É pernambucano, jornalista e autor de "Soledad no Recife", recriação dos últimos dias de Soledad Barret, mulher do cabo Anselmo, executada pela equipe do Delegado Fleury com o auxílio de Anselmo.

Bábara Gancia da FSP: "Veja Distorce a Realidade ao Vender Joaquim Barbosa Como Novo Herói Nacional"

Bárbara Gancia: Ataque de altruísmo???

247 – Colunista da Folha, Barbara Gancia se diz assustada com o “sangue nos olhos” dos que pregam punição exemplar aos réus da Ação Penal 470 e afirma que Lula foi o grande vencedor das eleições municipais de 2012. Leia:

Bem x Mal
Barbara Gancia

Seria uma lição de democracia se do julgamento do STF constassem não só PT, mas Democratas, PSDB etc.
Está tudo muito bom, está tudo muito bem. E o "New York Times", o "Financial Times" e o "Times" de Londres po­dem estar certos de que o julga­mento do mensalão representa um avanço brutal para a democracia tapuia, como bem notou o nosso monumental Clóvis Rossi em sua coluna de ontem, mas esta "bastian contraria" (a expressão é piemon­tesa) que vos fala veio posar na sua sopa para discordar.
É claro que quem tem culpa que pague o que deve. E eu também, co­mo todo o resto do Ocidente (excluindo talvez o Suriname, Cuba e a Cristina Kirchner -que deve sentir coisas por ele), não vou com os cornos do Zé Dirceu. O homem escondeu a pró­pria identidade da mulher, vive de amassos com os Castro, não é exatamente exemplo de democrata e blá-blá-blá-blá-blá.
Acontece que não consigo disso­ciar a imagem de Joaquim Barbosa de Torquemada e o julgamento do mensalão da Inquisição. Estamos assistindo a um massacre e há mui­to ainda a considerar.
Diziam que o julgamento seria parcial porque Lula havia escolhi­do os juízes. Não aconteceu. Aliás, essa desconfiança preconceituosa me faz lembrar o terceiro mandato de Lula, que não houve.
Enunciavam também que o men­salão ia dar a vitória a Russomanno em primeiro turno. Não aconteceu. Por sinal, a economia nem vai tão bem e Haddad lidera as pesquisas.
E Lula, ora, Lula foi o grande ven­cedor do primeiro turno (tadinha da Martoca) e vai levar São Paulo de enxurrada, né não? Fica claro tam­bém que a classe média alta que se diz informada, mas que raramente acaba obtendo colocação profissio­nal fora do âmbito familiar, quer ver o PT ser varrido do mapa. Essa é a turma que torce como nunca no Fla-Flu do julgamento do STF.
Nos últimos tempos, até a Dilma eles têm tratado com um desdém que antes não havia ali. Já para o zé povinho, tanto faz. Para a perifa, obviamente não só despida de pre­conceito contra o Lula como iden­tificada com ele até a alma e beneficiada pelas mudanças sociais, escândalo de compra de votos da reeleição, anões do Con­gresso, Sivam, Zé Dirceu, Collor... é tudo a mesma lasanha.
Eu até concordo que a gente quei­ra ver canalhas ricos o bastante pa­ra contratar advogados top na ca­deia. Mas, vem cá: o Genoino, gen­te? Todo mundo conhece o Genoi­no, sabe que ele não vive no luxo. E não merece o que está acontecen­do.
Nesta semana vi gente com san­gue nos olhos dizendo que queria vê-lo atrás das grades. Isso não po­de ser sede de justiça. É outra coisa. É preconceito puro. E olha que o Muro de Berlim já caiu há mais de 20 anos!
É uma deturpação das mais dano­sas ao país colocar na capa da maior revista semanal tapuia uma crian­ça negra e pobre que subiu na vida pelo próprio esforço como se ela fosse o novo Pelé.
É como se a classe dominante dissesse: "Os nossos pretos pobres são melhores do que os deles". Os negros pobres do Lula precisam do Bolsa Família e de cotas para chegar lá. Joaquim Barbosa (que, note, se declara eleitor do PT) venceu sozinho, não precisou de "política assistencialista", não é mesmo? Pessoal ainda não enten­deu que não é muleta, mas repara­ção por séculos de apartheid social.
Seria lição de democracia se do julgamento do STF constassem não só PT, mas PSDB, DEM etc. Julgar ignorando garantias, sem direito a recurso e partindo da cer­teza de que quanto menos provas, maior o poder do réu e, portanto, hipoteticamente, maior sua culpa, é inver­ter a lógica. Isso não pode ser coisa boa, viu, "Times" de Londres?

Paulo Moreira Leite: O Golpe Imaginário de Ayres Britto

Paulo Moreira Leite
Confesso que ainda estou chocado com o voto de Ayres Britto, ao condenar oito réus do mensalão, ontem.
O ministro disse:
“[O objetivo do esquema era] um projeto de poder quadrienalmente quadruplicado. Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto”.
Denunciar golpes de Estado em curso é um dever de quem tem compromissos com a democracia.
Denunciar golpes de Estado imaginários é um recurso frequente quando se pretende promover uma ruptura institucional.
O caso mais recente envolveu Manoel Zelaya, o presidente de Honduras. Em 2009 ele foi arrancado da cama e, ainda de pijama, conduzido de avião para um país vizinho.
Acusava-se Zelaya de querer dar um golpe para mudar a Constituição e permanecer no poder. Uma denúncia tão fajuta que – graças ao Wikileaks – ficamos sabendo que até a embaixada dos EUA definiu a queda de Zelaya como golpe. Mais tarde, ao reavaliar o que mais convinha a seus interesses de potência, a Casa Branca mudou de lado e encontrou argumentos para justificar a nova postura, fazendo a clássica conta de chegar para arrumar fatos e os argumentos.
Em 31 de março de 64, tivemos um golpe de Estado de verdade, que jogou o país em 21 anos de ditadura.
O golpe foi preparado pela denúncia permanente de um golpe imaginário, que seria preparado por João Goulart para transformar o país numa “república sindicalista.” Basta reconstituir os passos da conspiração civil-militar para reconhecer: o toque de prontidão do golpismo consistia em denunciar projetos anti democráticos de Jango.
Considerando antecedentes conhecidos, o voto de Ayres Britto é preocupante porque fora da realidade.
Vamos afirmar: não há e nunca houve um projeto de golpe no governo Lula. Nem de revolução. Nem de continuísmo chavista. Nem de alteração institucional que pudesse ampliar seus poderes de alguma maneira.
Lula poderia ter ido as ruas pedir o terceiro mandato. Não foi e não deixou que fossem. Voltou para São Bernardo mas, com uma história maior do que qualquer outro político brasileiro, não o deixam em paz. Essa é a verdade. Temos um ex grande demais para o papel. Isso porque o PT quer extrair dele o que puder de prestígio e popularidade. A oposição quer o contrário. Sabe que sua herança é um obstáculo imenso aos planos de retorno ao poder.
Ouvido pelo site Consultor Jurídico, o professor Celso Bandeira de Mello, um dos principais advogados brasileiros, deu uma entrevista sobre o mensalão, ainda no começo do processo:
ConJur — Como o senhor vê o processo do mensalão?
Celso Antônio Bandeira de Mello − Para ser bem sincero, eu nem sei se o mensalão existe. Porque houve evidentemente um conluio da imprensa para tentar derrubar o presidente Lula na época. Portanto, é possível que o mensalão seja em parte uma criação da imprensa. Eu não estou dizendo que é, mas não posso excluir que não seja.
Bandeira de Mello é amigo e conselheiro de Lula. Foi ele quem indicou Ayres Britto para o Supremo. A nomeação de Brito – e de Joaquim Barbosa, de Cesar Pelluzzo – ocorreu na mesma época em que Marcos Valério e Delúbio Soares andavam pelo Brasil para, segundo o presidente do Supremo, arrumar dinheiro para o “continuísmo seco, raso.”
Os partidos políticos podem ter, legitimamente, projetos duradouros de poder. É inevitável, porque poucas ideias boas podem ser feitas em quatro anos.
Os tucanos de Sérgio Motta queriam ficar 25 anos. Ficaram oito. Lula e Dilma, somados, já garantiram uma permanência de 12.
Tanto num caso, como em outro, tivemos eleições livres, sob o mais amplo regime de liberdades de nossa história.
Para quem gosta de exemplos de fora, convém lembrar que até há pouco o padrão, na França, eram governos de 14 anos – em dois mandatos de sete. Nos Estados Unidos, Franklin Roosevelt foi eleito para quatro mandatos consecutivos, iniciando um período em que os democratas passaram 20 anos seguidos na Casa Branca. Os democratas de Bill Clinton poderiam ter ficado 12 anos. Mas a Suprema Corte, com maioria republicana, aproveitou uma denúncia de fraude na Flórida para dar posse a George W. Bush, decisão ruinosa que daria origem a uma tragédia de impacto internacional, como todos sabemos.
O ministro me desculpe mas eu acho que, para falar do mensalão como parte de projeto de “continuísmo seco, raso,” é preciso considerar o Brasil uma grande aldeia de Gabriel Garcia Márquez. Em vez da quinta ou sexta economia do mundo, jornais, emissoras de TV, bancos poderosos, um empresariado dinâmico, trabalhadores organizados e 100 milhões de eleitores, teríamos de coronéis bigodudos com panças imensas, latifúndios a perder de vista, cidadãos dependentes, morenas lindas e apaixonadas, capangas de cartucheira.
No mundo de Garcia Marquez, não há democracia, nem conflito de ideias. Não há desenvolvimento, apenas estagnação, tédio e miséria. Naquelas aldeias do interior remoto da Colômbia, homens e mulheres famintos vivem às voltas de um poder único e autoritário. Esmolam favores, promoções, presentes, pois ninguém tem força, autonomia e muito menos coragem para resolver a própria vida. Desde a infância, todos os cidadãos são ensinados a cortejar o poder, bajular. É seu modo de vida. Como recompensa, recebem esmolas.
No mensalão de Macondo, seria assim.
Será esta uma visão adequada do Brasil?
Em 1954, no processo que levou ao suicídio de Getúlio Vargas, também se falou em golpe.
Com apoio de uma imprensa radicalizada, em campanhas moralistas e denuncias – muitas vezes sem prova – contra o governo, dizia-se que Vargas pretendia permanecer no posto, num golpe continuísta, com apoio do ”movimento de massas.”
Era por isso, dizia-se, que queria aumentar o salario mínimo em 100%. Embora o mínimo tivesse sido congelado desde 1946, por pressão conservadora sobre o governo Eurico Dutra, a proposta de reajuste era exibida como parte de um plano continuísta para agradar aos pobres – numa versão que parece ter lançado os fundamentos para as campanhas sistemáticas contra o Bolsa-Família, 50 anos depois.
Embora falasse em mercado interno, desenvolvimento industrial e até tivesse criado a Petrobrás, é claro que Vargas queria apenas, em aliança com o argentino Juan Domingo Perón (o Hugo Chávez da época?), estabelecer uma comunhão sindicalista na América do Sul e transformar todo mundo em escravo do peleguismo, não é assim? E agora você, leitor, vai ficar surpreso. Um dos grandes conspiradores contra Getúlio Vargas, especialista em denunciar golpes imaginários, foi parar no Supremo. Chegou a presidente, teve direito a um livro luxuoso com uma antologia de suas sentenças.
Estou falando de Aliomar Baleeiro, jurista que entrou no tribunal em 1965, indicado por Castelo Branco, o primeiro presidente do ciclo militar, e aposentou-se em 1975, o ano em que o jornalista Vladimir Herzog foi morto sob tortura pelo porão da ditadura.
Baleeiro deixou bons momentos em sua passagem pelo Supremo. Defendeu várias vezes o retorno ao Estado de Direito.
Chegou a dar um voto a favor de frades dominicanos que faziam parte do círculo de Carlos Marighella, principal líder da luta armada no Brasil.
A ditadura queria condenar os frades. Baleeiro votou a favor deles.
Tudo isso é muito digno mas não vamos perder a o fio da história que nos ajuda a ter noção das coisas e aprender com elas.
Em várias oportunidades, o ministro que faria a defesa do Estado de Direito contribuiu para derrotá-lo.
O ministro chegou ao STF com uma longa folha de serviços anti democráticos.
Em 1954, ele era deputado da UDN, aquele partido que reunia a fina flor de um conservadorismo bom de patrimônio e ruim de votos.
Um dos oradores mais empenhados no combate a Getúlio Vargas , Baleeiro foi a tribuna da Câmara para pedir um “golpe preventivo”. ( Pode-se conferir em “Era Vargas — Desenvolvimentismo, Economia e Sociedade,” página 411, UNESP editora.)
Os adversários de Vargas tentaram a via legal, o impeachment. Tiveram uma derrota clamorosa, como diziam os locutores esportivos de vinte anos atrás: 136 a 35.
Armou-se, então, uma conspiração militar. Alimentada pelo atentado contra Carlos Lacerda, que envolvia pessoas do círculo de Vargas, abriu-se uma pressão que acabaria emparedando o presidente, levado ao suicídio.
Baleeiro permaneceu na UDN e conspirou contra a campanha de JK, contra a posse de JK e contra o governo JK. Sempre com apoio nos jornais, foi um campeão de denúncias. Era aquilo que, mais uma vez com ajuda da mídia, muitos brasileiros pensavam que era o Demóstenes Torres – antes que a verdade do amigo Cachoeira viesse a tona.
Baleeiro estava lá, firme, no golpe que derrubou Jango para combater a subversão e a …corrupção.
Foi logo aproveitado pelo amigo Castelo Branco para integrar o STF. Já havia denuncia de tortura e de assassinatos naqueles anos. Mortos que não foram registrados, feridos que ficaram sem nome. Não foram apurados, apesar do caráter supremo das togas negras.
Entre 1971 e 1973, Baleeiro ocupava a presidência do STF. Nestes dois anos, o porão do regime militar matou 70 pessoas.
Nenhum caso foi investigado nem punido, como se sabe. Nem na época, quando as circunstâncias eram mais difíceis. Nem quarenta anos depois, quando pareciam mais fáceis.
Em 1973, José Dirceu, que pertenceu a mesma organização que Marighella, vivia clandestinamente no Brasil. Morou em Cuba mas retornou para seguir na luta contra o regime militar. Infiltrado no grupo, o inimigo atirou primeiro e todos morreram. Menos Dirceu. Os ossos de muitos levaram anos para serem identificados. Nunca soubemos quem deu a ordem.
Não se apontou, como no mensalão, para quem tinha o domínio do fato para a tortura, as execuções.
Um dos principais líderes do Congresso da UNE, entidade que o regime considerava ilegal, Dirceu foi preso em 1968 e saiu da prisão no ano seguinte. Não foi obra da Justiça, infelizmente, embora estivesse detido pela tentativa de reorganizar uma entidade que desde os anos 30 era reconhecida pelos universitários como sua voz política.
(Figurões da ditadura, como o pernambucano Marco Maciel, que depois seria vice presidente de FHC, Paulo Egydio Martins, governador de São Paulo no tempo de Geisel, tinham sido dirigentes da UNE, antes de Dirceu).
A Justiça era tão fraca , naquele período, que Dirceu só foi solto como resultado do sequestro do embaixador Charles Elbrick, trocado por um grupo de presos políticos. Mas imagine.
Foi preciso que um bando de militantes armados, em sua maioria garotos enlouquecidos com Che Guevara, cometesse uma ação desse tipo para que pessoas presas arbitrariamente, sem julgamento, pudessem recuperar a liberdade. Que país era aquele, não? Que Justiça, hein?
Preso no Congresso da UNE, também, Genoíno foi solto e ingressou na guerrilha do Araguaia.
Apanhado e torturado em 1972, Genoíno conseguiu esconder a verdadeira identidade durante dois meses. Estava em Brasília quando a polícia descobriu quem ele era. Foi levado de volta a região da guerrilha e torturado em praça pública, como exemplo.
Ontem a noite, José Dirceu e José Genoíno foram condenados por 8 votos a 2 e 9 votos a 1.
Foi no final da sessão que Ayres Britto falou em “projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto”.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"Batman Brasileiro - O Filme": Crônica de uma Morte Anunciada

Bem que poderia ser o cartaz do filme...

Sinopse:
Batman, depois de condenar sem provas alguns dos inimigos do PIG (Partido da Imprensa de Gothan) e do PSDB (Partido dos que Se Davam Bem), é transformado em herói absoluto de Gothan Brasil City. O PIG imprime nele o rótulo de Paladino da Justiça. Empolgado com sua ascensão política ele quer mais. Ele passa a ser presidente dos heróis do Sindicato dos Titãs Fanáticos. O PIG e o famoso partido já anunciam sua futura campanha para a presidência de Gothan Brasil City. Até que Batman é apresentado ao Harvey "Duas Caras" Serra - político ligado umbilicalmente ao PSDB. Para conhecê-lo melhor, Batman começa a pesquisar sua vida e se embasa em documentos encontrados do batcomputador - A Lista de Furnas e A Privataria Tucana. Mais envaidecido ainda, ele se dispõe a conquistar a outra parte da população que não o apoiava e resolve processar e prender Harvey "Duas Caras" Serra. O PIG e o PSDB reagem. O que o Batman pretende fazer??? O PIG e o PSDB resolvem retirar o seu apoio ao Batman e o transformam em um simples bandido. O poder da mídia faz com que a população esqueça as prisões dos bandidos no passado e até ligam o Batman a esses bandidos. O prestígio de Batman cai... Ele é execrado nos grande jornais e revistas de Gothan Brasil City. A população, acostumada a ter seus cérebros domados pela máquina desenvolvida pelo bandido Roberto Charada Civita, passa a atacar o Batman como atacava os inimigos do PIG presos no passado pelo Paladino da Justiça.

O Batman pede aposentadoria e vai morar em uma batcaverna fria e sinistra em Paracatu - sua cidade natal - de onde ele nunca deveria ter saído... 

E morre no ostracismo vítima de um ataque de vergonha pelas injustiças causadas aos que combatiam o PIG e o PSDB (Partido dos que Se Davam Bem)... Um triste fim, para um herói que se fez das trevas de uma máquina de impressão de jornais e revistas...

Para minha amiga Nathaliex Hupert

Juca Kfouri: José Genoíno Não Enriqueceu um Centavo Com o Mensalão

CBN 9/10/2012

"A Inocência do Meu Pai, José Genuino"



Uma família que ameaça os Supremos Valores da Pátria !

O Conversa Afiada reproduz e-mail que recebeu de Miruna Kayano Genoino:

Paulo Henrique Amorim,
Meu nome é Miruna Kayano Genoino e sou filha de José Genoino Neto. Como parece ser raro encontrar jornalistas em que se pode confiar, decidi apostar neste e-mail que não sei se é correto, porque parece que você tem sido capaz de trazer outro olhar ao que vem acontecendo em nosso país.

Se puder, gostaria que lesse o texto que é o desabafo não só meu, mas de toda nossa família.

Um abraço,

Miruna





Em tempo: ao se demitir de cargo que ocupava no Ministério da Defesa, José Genoino leu a seguinte nota:






Do Blog Conversa Afiada

Opinião O Cachete:
Mais um justo que tomba em 9 de Outubro...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Edilson Silva: A Maior Injustiça Desta Eleição




O presidente do PSOL, Edilson Silva, obteve a terceira maior votação como candidato a vereador do Recife, mas infelizmente não se elegeu em função da baixa votação dos outros candidatos a vereador da Frente de Esquerda.

Só para termos uma ideia, enquanto Edilson teve 13.661 votos, o segundo mais votado teve 374 votos.

Fica o aprendizado de que será preciso ampliar a frente e se coligar com outras correntes, porque senão fica impossível. Deixar uma pessoa como Edilson de fora, enquanto outras “pérolas” se elegem chega a revoltar.

Por outro lado, nem é preciso dizer o quão absurdo é este sistema eleitoral, que acaba levando gente com 4 mil votos para a Câmara, enquanto deixa outro com 13 mil de fora.

À Edilson os sinceros parabéns pela campanha. Saiu grande e de cabeça erguida da eleição.

O Acerto de Contas se orgulha de tê-lo como parceiro.


Opinião dO Cachete:
E depois dizem que as eleições servem para que possamos colocar nossos representantes na Câmara. Qual a representatividade tem um vereador que recebeu 4 mil votos frente aos 13 mil do Edilson??? Tem algo errado neste processo eleitoral, não tem???

"O Globo se Utiliza de Seus Jornalistas Para Seus Interesses Contra Seu Próprio País"

Viva Chávez!!!!

Hoje vi uma jornalista da Globo dizendo que o povo venezuelano mandou um recado que não está satisfeito com Chávez através do voto na urna.

Chávez venceu as eleições com 54, 84 % dos votos, atente que mais de 80% da população compareceu para votar, mesmo sem a obrigatoriedade do voto no país.

Viva o povo venezuelano!!!


Do Blog Maria da Penha Neles!!!

domingo, 7 de outubro de 2012

As Conveniências da Revista VEJA

Antes

Depois

E tem um bando de idiotas que ainda dão credibilidade a esta porcaria...

sábado, 6 de outubro de 2012

O Direito Expressão Ficou Fora dos Aflitos


A diretoria do Náutico, temendo qualquer punição severa, proibiu que a torcida entrasse com qualquer faixa de protesto nas arquibancadas dos Aflitos, neste domingo, durante a partida contra o Corinthians.

Algo lamentável. Afinal, ao tomar tal atitude, o Náutico assumiu a culpa pela polêmica causando pelo árbitro Leandro Vuaden, na partida contra o Atlético-GO, quando uma torcedora levou uma faixa com os dizeres "Não vão nos derrubar no apito".

A atitude de Vuaden causou uma sensação de repúdio da torcida, dos dirigentes e boa parte da imprensa. Os torcedores já se movimentavam para fazer uma faixa rebatendo a proibição. Mas os próprios dirigentes alvirrubros fizeram a proibição.

Mas a torcida encontrou um meio de expressar a sua opinião. Uma nova faixa foi colocada num prédio vizinho aos Aflitos. E como se vê na foto de Guga Matos, a frase ficou mais visível no prédio do que em qualquer outro lugar nos Aflitos.

Do Blog do Jamildo

Opinião dO Cachete:
A diretoria do Náutico fez besteira em não peitar a atitude do juiz. Mas a torcedora da faixa deveria ter entrado contra a CBF e Comissão de Árbitros por ter tido o seu direito de livre expressão cassado.

Tyndaro Meirelles: O Judiciário, a Democracia e o Povo

É muito legal e bonitinho pensar que o que governa o mundo são idéias, pensamentos e atitudes prenhes de bom senso e consciência. É melhor até pra dormir à noite. Mas a verdade, e que muita gente não se dá conta, é que esse mundo é uma selva e que quem manda, mesmo, é a força bruta. É isso mesmo: a porrada, o fuzil, o canhão. A Bomba! É, e sempre foi assim. Desde sempre as coisas são feitas sob a ameaça de se tomar com uma clava na cabeça ou, mais recentemente, uma “intervenção” dos EUA.
Pros que batem no peito e bradam “aqui não, aqui é democracia!” saibam que, também na democracia, vale a lei do mais forte. Os atos emanados de todo poder (legitimamente ou não constituído) são respaldados na força bruta, ou seja, na porrada! Numa ordem de despejo que um Juiz manda cumprir, por mais civilizada que seja a sociedade da qual faz parte aquele sistema jurídico, está implícito – quando não explícito – o seguinte recadinho: “ou você sai por bem ou vai sair na porrada”. Não? Tenta resistir. Está lá o aviso: “com uso de força coercitiva, se necessário...”: Porrada! Afinal, tem que se garantir que o juiz não está ali falando com as paredes. Fazer o quê?
Democracia não tem nada a haver com isso. A democracia entra nessa história é na hora de saber quem vai controlar a força bruta, ou seja, na mão de quem fica o tacape. Se não fica na mão do povo é qualquer coisa, menos democracia.
Quando a mais recente ditadura brasileira terminou, lá em 85, a comemoração foi geral e não era pra menos. O tacape nas mãos dos gorilas militares fez estragos inimagináveis e que jamais poderão ser reparados, faça-se o que se fizer. Foi, literalmente, como se diz lá Méier, “revólver na mão de macaco”: só pode dar merda. E deu! Mas acabou - pelo menos por enquanto - e é aí que a porca torce o rabo. O porrete saiu da mão dos milicos e foi pra onde? Pro povo, me dirá o incauto amigo, afinal estamos numa democracia. É... só que não.
No Brasil, naquela transição, que foi o samba do maranhense doido, não se tratou disso nem na época e nem depois e, como não existe vácuo na atmosfera e muito menos no poder, a força bruta, hoje no Brasil, é de exclusividade do Poder Judiciário. Manda prender, manda soltar, manda largar a borracha sem a menor interferência daquele agente que incomoda pacas, o tal do povo. Não é que ele tomou à força ou enganou alguém pra ficar com o porrete. Não! Simplesmente caiu ali, no colo dele. É como se o dono da casa (o povo) estivesse muito ocupado tentando fugir de um cativeiro e, enquanto isso, deixasse os destinos da casa (O Brasil) pro mordomo (o Judiciário) tomar conta e decidir. É que na ditadura foi o vigia (os milicos) que botou uma Bereta na cabeça do dono da casa (o povo) e fez todo mundo de refém, durante mais de 20 anos. Agora não tem desculpa, temos que continuar mantendo o vigia na guarita e passar a falar com o mordomo como é que a gente quer a casa. Acabou a transição!
É que aquele menino, o Montesquieu, que sacou a divisão do poder em três, baseado naquele outro rapaz, o Aristóteles, jogou as bases onde hoje se funda a República Federativa do Brasil. Tem o Poder legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário. Desses três, eu sei quem me representa, ou pelo menos, em quem votei pra me representar, na hora de fazer as leis (o Legislativo) e na hora de botar essas leis pra funcionar (o Executivo). Mas e na hora de decidir como e quem vai, não só julgar como, principalmente, interpretar as leis? Ninguém te perguntou nada? Nem a mim! Democracia, o amigo falou? Taí a porca, esperando alguém esticar esse rabo de uma vez.
Assim como aos militares não agradava muito essa idéia de deixar outros decidirem (no caso o povo), com os juízes não é lá muito diferente. Eles não digerem bem a possibilidade de perderem um só milímetro de poder e autoridade que subitamente adquiriram, mesmo que por meio de “herança” inesperada. Teve uma época em que se ensaiou um movimento no sentido de democratizar o Judiciário. Foi quando se passou a cogitar do tão sonhado “controle externo do judiciário”. Soou como música em diversos ouvidos democráticos. Já o pessoal da Themis esconjurava – e esconjura até hoje – fazendo o sinal da cruz. Se você não lembra, o Lula chegou a falar da famigerada “caixa preta”, o que fez com que alguns juízes e desembargadores tivessem verdadeiros ataques apopléticos. Como não tinha jeito, era, e é, uma caixa preta mesmo, pouparam todos os dedos entregando um anelzinho de lata chamado CNJ. O amigo há de convir que, pra quem falava em controle EXTERNO, a criação de um órgão do Judiciário, feito pra fiscalizar o Judiciário composto quase que exclusivamente de juízes e gente do judiciário, é um anelzinho de latão com uma pedrinha de zircônia! E nem adianta citar a Dra. Eliana Calmon. Ali é a exceção que confirma a regra. É como justificar os militares, dando como exemplo o Capitão Sérgio Macaco. O CNJ tem lá seus méritos, andou um cadinzinho pra frente, mas não é disso que eu falo. Me refiro a um Judiciário que tenha a forma, o conteúdo, o espírito e a aprovação do povo a quem deve prestar serviço. Um Judiciário no qual o jurisdicionado (que é o nome feio dado ao povo por eles) se veja refletido. Um judiciário que tenha o controle que emane dele, o Povo (maiúsculas!).
Tem um livro do Dr. Gilmar Mendes (é, tive que comprar) na qual existe um trecho onde ele deixa perceber que o povo não tem que se meter em questões do Judiciário. É o tal do “cidadão ali do bar”, que pra ele é a terceira pessoa depois de ninguém. Muita gente graúda pensa igual. Só faltam dizer: “O Judiciário é pra quem pode, não pra quem quer”. Pois o povo não só quer, como pode.
Taí o gato, taí o guizo e taí o tacape. E taí também a pergunta: por que não? Se a dúvida é “como?”, vamos ao debate! Se é “quando?”, a resposta vem do Méier, também: Demorou!
A meu ver, Poder Judiciário, Justiça, julgamentos, interpretação de leis, condenações, absolvições, serventias judiciais, celeridade e morosidade de processos, audiências, taxas, emolumentos, cartórios, defensorias, promotorias, MPs, até os elevadores e escadas rolantes dos fóruns das mais longínquas comarcas, tudo, repito, tudo o que tem a haver com o Judiciário e com a Justiça é da conta do povo, sim! Aliás, parafraseando Clemenceau, político francês que no final da 1a Guerra Mundial chegou à conclusão de que a guerra seria assunto muito sério para ser tratado por generais, penso, sinceramente, que o Judiciário é um assunto muito sério para ser tratado por juízes. Sem povo, logo, sem democracia...

T.G. Meirelles

Opinião dO Cachete:
Excelente!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Náutico X Atlético/GO: Um atentado ao Direito de Expressão!

Antes de começar o Jogo Náutico X Atlético/GO, alguns membros da torcida alvirrubra estenderam uma faixa que dizia: "Não irão nos derrubar no apito". O juiz da partida solicitou ao delegado do jogo que a mesma fosse retirada da torcida e apenas iniciou o jogo quando esta foi abaixada. O fato foi narrado na súmula do jogo pelo próprio árbitro. 

Súmula do jogo entre Náutico e Atlético-GO (Divulgação/CBF


E o direito de expressão que se dane...
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"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma."
(Joseph Pulitzer)