No início da manhã de sexta - feira, 9 de abril de 1948 , os comandos dos grupos terroristas judeus , Irgun, liderado por Menachem Begin e o Gang Stern atacaram Deir Yassin , uma pacata aldeia palestina , com cerca de 750 moradores, localizada em terreno alto no corredor entre Tel Aviv e Jerusalém.
Ao meio-dia, centenas de pessoas , metade delas mulheres e crianças, foram assassinados sistematicamente. Moradores do sexo masculino foram colocados em caminhões que desfilaram pelo bairro Yosef Zakhron em Jerusalém numa exibição macabra. Depois foram levados para uma pedreira , de onde foram atirados para a morte.
Haleem Eid, uma jovem de trinta anos, que pertencia a uma das principais famílias de Deir Yassim, viu quando um homem disparou uma bala no pescoço de sua cunhada Salhied, que estava grávida quase a dar a luz e abrir-lhe o ventre com uma faca de carniceiro. Aiesh Radwaer, uma outra mulher que assistiu a esta cena, foi morta quando tentava tirar a criança das entranhas da mãe já morta. A jovem Naaneh Kalil, de dezesseis anos, viu numa outra casa , um homem agarrar uma espécie de faca e abrir seu vizinho Jamili Hish da cabeça aos pés, e, depois fazer a mesma coisa ao seu primo Fathi nos degraus de sua casa. As mesmas cenas repetiram-se casa em casa. Safieh, uma mulher de quarenta anos..."Eu gritava" contou ela, depois, "mas à minha volta havia outras mulheres sendo também violadas" *
Por todo o país, os palestinos entraram em pânico diante de tamanha selvageria e começaram a fugir para salvar suas vidas. Deir Yassin foi varrida do mapa . O centro da vila foi renomeada Givat Shaul Bet. Próximo deste local, onde judeus sionistas promoveram o holocausto dos palestinos, foi construído o museu do holocausto judeu.
Um Estado Terrorista
O massacre dos palestinos em Deir Yassin foi um dos eventos mais marcantes da história do século 20, pela dimensão de sua brutalidade e por ter servido de aviso para a limpeza étnica que começaria em seguida, com o despovoamento calculado de mais de 500 cidades e aldeias árabes e a expulsão de 700 mil palestinos para dar lugar aos judeus que chegavam ao país.
Naquela noite de 09/04/1948, judeus dos grupos terroristas Gang Stern e Irgun contavam aos correspondentes estrangeiros, durante um chá com bolinhos , os detalhes do massacre. Essa entrevista foi publicada no "The New York Times" em 10 de abril de 1948. A contagem definitiva de 254 mortos foi publicada no The New York Times em 13 de abril, um dia depois que as vítimas deles foram finalmente enterradas.
Fonte « Ó, Jerusalém» de Dominique Lapierr e Larry Collins
De: Beth Monteiro
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