A galeria londrina Weiss Gallery aceitou devolver ao Estado francês o quadro “Christ portant la croix” do artista franco-alemão Nicolas Tournier, desaparecido de um museu de Toulose em 1818. A novidade foi anunciada esta quarta-feira pelo ministro da Cultura francês Frédéric Mitterrand.
“Estou muito agradecido à galeria Weiss de Londres por ter aceitado devolver voluntariamente ao Estado o quadro de Nicolas Tournier”, disse Mitterrand à AFP, frisando que a obra de arte foi confiscada durante a Revolução Francesa e posta em exposição no museu des Augustins, em Toulouse, de onde desapareceu em 1818, mantendo-se perdida durante quase dois séculos.
“Este tesouro nacional pertence, de maneira inalienável e imprescindível, ao Estado”, acrescentou o responsável pela pasta da Cultura que, durante o fim-de-semana, reclamou a obra depois de esta ter sido posta à venda por 675 mil euros por uma galeria londrina na feira de arte Paris Tableau, em Paris. Ao ter tido conhecimento da situação, o governo francês impediu a saída da obra do país e formalizou o pedido de devolução do quadro.
Mark Weiss, responsável pela conhecida galeria de arte, recebeu na quarta-feira um pedido formal do Ministério da Cultura francês a pedir uma negociação amigável para que o quadro de Tournier ficasse em França. Segundo explicou ao The Independent, Weiss ficou satisfeito “pelo tom correcto da carta”. “Nós permitimos que o governo francês tomasse posse do quadro. Eles agora aceitam que nós agimos sempre em boa fé e com completa transparência”.
Apesar de a galeria ter permitido que o Estado francês fique com a obra, as negociações ainda estão a decorrer, desconhecendo-se para já em que condições “Christ portant la croix” ficará em França. Sabe-se que o Estado, além de não querer pagar o preço total da obra – por defender que o quadro é seu –, também não tem tanto dinheiro para investir, mas a galeria também já se mostrou disponível para baixar o preço .
Em comunicado, Frédéric Mitterrand explicou que, neste caso, o Ministério da Cultura está a agir em coerência com a política de reivindicação de obras de arte desaparecidas que pertencem a colecções públicas, destacando os recentes casos de sucesso de quadros recuperados: “Blanchisseuses souffrant des dents”, de Edgar Degas, e “La fille du pêcheur”, de Jules Breton.
Fonte: Portal Público
Fonte: Portal Público
Opinião do Leitor Rui Martins:
Muito bem. Parabéns!
Agora, França - imbuída no mesmo espírito justiceiro - pode também devolver as obras de arte que roubou a Portugal nas Invasões Francesas e que ainda hoje exibe nos seus museus:
Opinião dO Cachete:
O Rui Martins está certo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário