Nos áudios, alguns ministros militares reconhecem o uso desta prática abominável para, literalmente, arrancar unhas e confissões de presos políticos (ou não!) nos porões de delegacias da Polícia Civil e quartéis das Polícia Militar. Porém, até agora, não reconhecerem esta mesma prática dentro dos quartéis das Forças Armadas. Mas são dez mil horas de áudio a serem escutadas...
Este reconhecimento é um grande passo para a reafirmação do que todos já sabiam. Na Ditadura Militar, pouco mais de 480 pessoas foram mortas pelo Aparelho Estatal vigente. Entretanto, milhares de pessoas (homens, mulheres e crianças!) foram torturadas por este mesmo Aparelho e abandonadas em situação de quase morte. Seja mental, física ou emocional!
Outro fator positivo, ficou registrado na fala do vice-presidente da República general Hamilton Mourão. Em entrevista à imprensa, falou que era um fato irrelevante para a história. Que as pessoas envolvidas já estava mortas ou perto disso. Que a Lei de Anistia "abençoou" a todos dos dois lados. Porém, na sua fala, deixou escapar que a mesma prática havia acontecido durante a Ditadura Vargas. Comparando, inclusive, os dois períodos. Reconhecendo assim que houve uma Ditadura Militar no Brasil. Coisa que os Generais (de pijama ou não) jamais reconheceram e cinicamente apresentam como um período de restabelecimento da Democracia no Brasil. E, claro, colocou sua cereja sobre o bolo... Ironizou a situação... "Vai trazer os caras do túmulo de volta??"... E riu!
Não, General Mourão! As feridas ainda estão abertas... Haverá revanche?? Punição dos envolvidos??? Não sei... Mas... A História não acabou!
*Ilustração de Carlos Latuff
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