Cachete - S. M. Antigamente, no Nordeste do Brasil, era assim que se chamava qualquer comprimido para dor.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Folha de São Paulo Requenta Notícia

FRANCENILDO DOS SANTOS COSTA - O Coitadinho

Qual a intenção da Folha de São Paulo em requentar a notícia abaixo?


Como a entrevista é apenas para assinantes do UOL (Confessei o meu crime! Desculpem a minha falha) e da Folha, reproduzo a mesma aqui:

FOLHA - Como o sr. define a sua situação hoje, passados três anos do depoimento?
FRANCENILDO DOS SANTOS COSTA - Dá para levar. Estou trabalhando, fazendo uns bicos por aí para poder comer o arroz no final da tarde.
FOLHA - A Justiça ainda nada definiu a respeito da ação de indenização que o sr. moveu. Como o sr. vê o assunto?
FRANCENILDO - Já me dei conta de que a rapidez da Justiça demora. Eu tô praticamente ansioso. Tô trabalhando. Tentando trabalhar, estudar e deixar isso um pouco de lado. Não ficar em cima, em cima, porque já sei que a Justiça demora um pouco. Mas tô por aí, tô correndo atrás.
FOLHA - O processo está lento?
FRANCENILDO - É. Com certeza.
FOLHA - O que aquele vazamento da sua conta bancária provocou na sua vida?
FRANCENILDO - Esse vazamento foi o que me chocou bastante.Porque se eu soubesse que ia chegar a esse ponto o jogo sujo deles, eu não tinha falado. Eu não me arrependeria de não falar o que eu sabia. Mas na hora eu pensei, "Vou sair na mídia, nos canais, nos jornais, mas vou encarar".Mas se eu pensasse que eles jogassem tão sujo igual eles jogaram, invadiram minha vida.Porque ficar de olho assim, na rapidez que foi divulgada minha convivência com o meu pai. Eu não queria que isso acontecesse.Até a família, parentes ficaram duvidando do dinheiro. Porque ninguém sabia [do pai biológico], eu não tinha contado para ninguém. O que me prejudicou bastante foi isso aí, a questão da quebra do sigilo.
FOLHA - E até hoje?
FRANCENILDO - Com certeza.Ocorre de eu andar na rua de boné. A gente bota um boné na cabeça e algumas pessoas ainda conhecem.Esses dias fui trabalhar e esqueci de levar o boné e, dentro do ônibus, uma mulher ficou mencionando: "Olha lá, o caseiro do Palocci". Aí tive que ir lá pro fundo do ônibus e descer para poder pegar outro ônibus.Eu não gosto dessas coisas, fico meio angustiado. Fico calado, fico na minha.
FOLHA - O sr. se arrependeu de ter falado aquilo que presenciou?
FRANCENILDO - Se eu soubesse que eles iriam fazer o que fizeram comigo, eu me arrependeria de ter falado. Porque eu pensava que "vou falar o que sei, e pra mim não vai dar em nada, por causa que eu tô falando a verdade". [...] Agora, a questão da quebra foi uma sacanagem mesmo que fizeram.
FOLHA - Por outro lado, as coisas que o sr. falou ajudaram a revelar questões de interesse público. O sr. leva isso em conta também e vê algum lado positivo em seu depoimento à CPI?
FRANCENILDO - Com certeza. [Antes] Estava aquela confusão. Era só mentira pra cá, mentira pra lá. Tinha que chegar e falar a verdade.
FOLHA - O sr. esperava que eles agiriam contra o sr.?
FRANCENILDO - Eu sabia, eu esperava que isso iria acontecer. É muita puxação de saco.
FOLHA - Como o sr. vê, até agora, o andamento do seu processo, o juiz já conversou contigo?
FRANCENILDO - Eu tô meio assim querendo acreditar ou não.Porque eu vou esperar que Deus, que a Justiça, vai condenar ou não. Vou apostar minhas fichas nela [na Justiça].Algumas pessoas precisam da Justiça para fazer assim e assim. Agora chegou a minha vez.Se ela vai me igualar a ele [Palocci] ou vai chegar ao ponto de "não, ele é o ministro, ele [Francenildo] é só um caseiro. Vamos dar preferência a ele [ministro], vamos deixar ele [caseiro] assim num canto".Só espero que ele não possa ter essa regalia igual teve com ele na época do extrato. Botou extrato na imprensa, a regalia dos próprios funcionários da Caixa também. A rapidez de "olha, o negócio dele [caseiro] é isso aqui, ele tem assim e assim". Eu espero que a Justiça não veja por esse lado também.
FOLHA - O que o sr. espera do julgamento sobre o papel do ministro Palocci no caso?
FRANCENILDO - Espero que seja feita, né? Seja feita a Justiça, venha uma condenação. Eu vou ter confiança nela. Vamos ver o que que vai dar aí.Mas estou bastante confiante que vai rolar alguma coisa. Eu vou ficar meio chateado se a Justiça não me comparar com ele, tudo no mesmo nível, mesmo balaio, dez quilos pra lá, dez quilos pra cá. Agora, se bota dez quilos, e pro outro bota dois quilos...
FOLHA - O sr. acha que, se ele escapar do processo, isso influenciará na ação que o sr. move?
FRANCENILDO - Com certeza. Porque aí, se absolve ele, quem foi que quebrou [o sigilo]? Foi só o funcionário da Caixa, é do interesse dele? Não tem como."Ah não, ele não é o culpado". Então quem foi? Quem foi que passou o extrato para a imprensa? Quem foi essa pessoa? Um dia essa pessoa vai ser descoberta. O extrato não tem condições de sair de um caixa, passar em um restaurante, do restaurante fazer uma ponte aérea e cair lá na casa do ministro. Não tem como.
FOLHA - O sr. teme que a Justiça acabe não apontando nenhum culpado e que isso fique no ar.
FRANCENILDO - Isso. É o que eu menos espero. Esse mundo está feito para tudo, né?
FOLHA - Se houver a notícia da exclusão dele do processo, como está sendo comentado, como o sr. receberá a notícia?
FRANCENILDO - Rapaz, eu vou ficar assim meio derrotado. Por causa que a única coisa que se deve confiar é nela [Justiça].Faz três anos já e o negócio não dá em nada. Então a quebra do sigilo vai ser natural para qualquer pessoa. [O sigilo] não tem valor mais.
FOLHA - E no caso da condenação?
FRANCENILDO - Aí eu vou acreditar na Justiça, que ela existe. Vou acreditar nela. "Não, hoje não é só pobre que é condenado, rico também é condenado". Mas eu quero ter a certeza.
FOLHA - Está se falando que, se ele escapar da condenação no Supremo, ele se lançaria candidato ao governo de São Paulo. Como o sr. recebe essa notícia?
FRANCENILDO - Isso aí eu já vi passando na própria imprensa também, que [ele] está querendo se candidatar. Meu voto mesmo ele não vai ganhar. Então, para mim, não tem diferença, não.
FOLHA - O sr. acha que ele teria o direito de se candidatar?
FRANCENILDO - Nós estamos no Brasil, e no Brasil hoje em dia acontece de tudo em termos de política. O cara apronta, apronta, e ainda sai livre da acusação, é candidato, faz o que quer. Isso é a política do Brasil.
FOLHA - Em 2002, o sr. votou em Lula. Repetiu o voto em 2006?
FRANCENILDO - Não.
FOLHA - O que sr. achou da posição do governo no episódio?
FRANCENILDO - Praticamente negativa. Eu pensava que ia ter um apoio do próprio governo. Mas já na base da matéria em que ele [Lula] falou, no começo, sobre a minha pessoa: "Ah, é um simples caseiro". Isso também me deixou muito chateado. Se tinha um pessoa que eu admirava tanto era ele, votei nele duas vezes, no primeiro e no segundo turno. Uma pessoa trabalhadora. Hoje, para mim, é como qualquer pessoa comum. Se depender de mim, do meu voto, não tem mais, não.
FOLHA - O sr. contou as coisas ruins, mas recebeu algum apoio pelo que fez?
FRANCENILDO - É, tem alguns que me encontram na rua, chegam, dão parabéns. Mas tem uns que ficam enchendo o saco."Ah, o caseiro do Palocci". Estão me chamando até de "Palocci" pelos lugares que eu ando.


A Folha "Joga Sujo"! Mais uma vez tenta passar a imagem de "coitadinho do bichinho" para o FRANCENILDO.... E o "coitadinho" caiu em mais uma...

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"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma."
(Joseph Pulitzer)