Cachete - S. M. Antigamente, no Nordeste do Brasil, era assim que se chamava qualquer comprimido para dor.

domingo, 7 de novembro de 2010

Crítica ao Filme A Suprema Felicidade

A SUPREMA FELICIDADE

Nota Cineclick
Celso Sabadin
A Suprema Felicidade Quase todo mundo conhece o histrionismo de Arnaldo Jabor como comentarista de Rádio e TV. Gestos largos, sobrancelhas erguidas, caras e bocas em profusão, a voz empostada como se estivesse num palanque, e não diante de um microfone. Também muitos conhecem os textos jornalísticos de Jabor, muitas vezes rebuscados, ligando referências nem sempre esclarecidas, cometendo malabarismos estético-verbais. Trata-se de um estilo muito particular, que atrai tanto seguidores como desafetos.

O grande problema, porém, é quando esta estética, digamos, Jaboriana, que Arnaldo Jabor criou para compor seu personagem midiático chamado Arnaldo Jabor, invade a tela do cinema num filme assinado por... Arnaldo Jabor. Assim é A Suprema Felicidade: todos os seus personagens são Arnaldos Jabores. Falastrões, exagerados, sempre interpretando um tom acima, sempre se portando como se estivessem num palco. Esteticamente o filme também é sempre “um tom acima”: carregado nas cores, nas luzes, na cenografia, no texto. Pode-se até admitir que se trata de uma estilização, que o filme não busca o registro realista. É provável. Provável, compreensível e extremamente cansativo após duas horas de projeção.

O roteiro, semi-autobiográfico e também assinado por Jabor, não raro se perde em situações isoladas que parecem ter pouca ou nenhuma função dramatúrgica dentro da trama, da mesma forma que acontece com os comentários do jornalista/cineasta. Realizando aqui o seu próprio Amarcord, Jabor se permite digressões e elocubrações pouco consistentes dentro da história, diluindo gradativamente a atenção da plateia. Mesmo porque Jabor não é Fellini (mas pensa que é - O Cachete).

A trama é centrada no personagem Paulo (vivido em idades diferentes por Jayme Matarazzo, Michel Joelsas e Caio Manhente), filho de um aviador da FAB (Dan Stulbach) e de uma dona de casa (Mariana Lima) que como tantas outras de sua época abriu mão de seus próprios talentos para se dedicar ao lar. A primeira cena acontece no dia em que termina a 2a. Guerra Mundial, momento em que um letreiro redundante dentro do filme insiste em deixar claro que se trata de 1945. Começamos a partir daí a acompanhar a trajetória de Paulo, então com 8 anos, até o final de sua adolescência. Com direito às lembranças de tipos marcantes que cruzaram seu cotidiano (um divertido vendedor de pipocas, um entristecido comprador de jornais), o primeiro amor, as primeiras incursões sexuais, brigas familiares, esperanças, decepções. Com destaque para o personagem que mais influenciou a formação do menino/rapaz: seu avô Noel (Marco Nanini), trombonista num bordel, homem simples e de bem com a vida, repleto de conselhos para dar.

Tudo muito bem produzido, com ótima reconstituição de época, mas de narrativa fria e distante, impregnada de um estilo histriônico que afasta quem curte as sutilezas do cinema.

Pode-se acusar o filme de tudo, menos de não ser autoral: A Suprema Felicidade é a cara de seu diretor.

Opinião dO Cachete:
A Suprema Felicidade é a cara de seu diretor... logo, o filme tem cara de cu!
(Desculpem o palavrão... ou a palavrinha... eu perco o leitor, mas não perco a piada!)
Não vi e não gostei... Também não indico! Vá ler um bom livro! É melhor!

4 comentários:

blog do teacher Ramos disse...

Hi, Giovani.

Já escrevi antes e repito: Esse Jabor é um cineasta fracassado. há um comentário atribuído a ele dizendo que estava quase passando fome quando a globo o resgatou da sarjeta da incompetência.Em retribuição ele escreve e faz aqueles comentários sujos. Jamais perderei um segundo do meu tempo assistindo a um filme desse enganador. abs.

Silvia/ Esmeraldas:Gestar II disse...

Seu Cachete:

Gostei muito de sua opinião.
Não vi o filme e nem vou ver.
Nem quando passar na Sessão da Tarde.
\o/
Silvia

Cappacete disse...

Se esse picareta dependesse do meu dinheiro para vender seu lixo, morreria de fome. Também não vi e não gostei, e não recomendo.
Abs!

Giovani de Morais e Silva disse...

Teacher, Silvia e Cappacete. Partilhamos da mesma opinião sobre o filme do Jabor. Obrigado pelos comentários.

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"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma."
(Joseph Pulitzer)