Cachete - S. M. Antigamente, no Nordeste do Brasil, era assim que se chamava qualquer comprimido para dor.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sergio Guerra: A Trajetória de um Parasita Facultativo

Muito tem se falado nas traições de Sergio Guerra, que os mais amigos (do Senador, é claro) gostam de conceituar como “pragmatismo”, mas que tem deixado os jarbistas enlouquecidos. Estes não escondem o mal-estar causado com a ida de prefeitos do PSDB para o palanque de Eduardo.

Antes de tudo, é bom deixar claro que o título do post parece pior do que realmente é. Parasitas são apenas seres vivos que retiram de outros organismos os recursos necessários para a sua sobrevivência (via site Toda Biologia). Ainda segundo a mesma fonte, “o parasita pode viver muitos anos em seu hospedeiro sem lhe causar grandes malefícios, ou seja, sem prejudicar suas funções vitais.”

Para completar, a mesma fonte diz: “Entretanto, alguns deles podem até levar o organismo à morte, neste caso, porém, o parasita sucumbirá junto com seu hospedeiro, uma vez que, era através dele, que ele se beneficiava unilateralmente.”

E mais: “dentre as diferentes espécies de parasitas, existem os parasitas facultativos, que são assim chamados por não necessitarem unicamente de um hospedeiro para sobreviver. Esta espécie é capaz de sobreviver tanto dentro (na forma parasita) quanto fora (vida livre) de outro organismo vivo.”

Quer melhor definição para Sergio Guerra do que esta: parasita facultativo?

Sergio Guerra era um apagado deputado-estadual até 1990. Foi Arraes quem o fez Secretário de Indústria e Comercio, e depois o alçou à categoria de deputado-federal, naquela chapinha que elegeu deputados com menos de 3 mil votos. Sergio Guerra foi o mais votado depois de Arraes, mas mesmo assim com 20 mil votos. Dali nunca mais parou de crescer.

Em 1992, Sergio Guerra estava no centro do rompimento de Jarbas com Arraes. Jarbas queria o deputado como seu vice, mas Arraes queria colocar Eduardo Campos, e os dois se desentenderam.

Logo no primeiro mandato enfrentou a acusação que até hoje o perturba: a da CPI do Orçamento, onde acabou inocentado depois de enorme desgaste.

Reeleito em 1994, assumiu novamente a Secretaria de Indústria e Comercio de Arraes, e se reelegeu novamente em 1998.

Em 1999, pouco depois da grande derrota de Arraes, Guerra tratou de utilizar seu “pragmatismo”, e auxiliado pelo próprio Jarbas, jogou pesado, tomou o PSDB e virou seu neo-aliado. Vale salientar que Guerra nunca destratou Arraes, inclusive chegando a defendê-lo quando os jarbistas chutavam o pobre velho sem pena.

Em 2002, Sergio Guerra deu o maior salto de sua carreira. Com a enorme popularidade de Jarbas, foi eleito Senador na chapa que ainda tinha Marco Maciel como aliado.

Preterido por Mendonça Filho para a disputa de 2006 ao Governo, Guerra optou por colocar um candidato a vice que não tinha um voto sequer, como forma de zombar com a cara do “aliado”. Logo após a derrota de Mendonça, tratou de estreitar laços com Eduardo Campos, até porque tinha uma certa aproximação pessoal, desde a época do Governo Arraes.

Voltando ao Senado, Guerra se articulou nacionalmente com as lideranças do PSDB, até virar, por méritos próprio, diga-se de passagem, o presidente nacional do partido.

Neste ano, tal qual o parasita, percebendo que iria sucumbir junto a seu hospedeiro, no caso Jarbas, Sergio Guerra preferiu sair candidato a deputado-federal, juntando sua tropa e deixando o antigo aliado ao Deus Dará.

Vale salientar que um parasita só se hospeda por negligência do hospedeiro, que não se higieniza corretamente. Sergio Guerra não pode ser o bode expiatório da provável derrota de Jarbas, porque não seria capaz de reverter o resultado com pouco mais de uma dúzia de prefeitos. Até porque foi o próprio Jarbas quem o alimentou politicamente, pois Guerra estava no Arraesismo arrasado de 1998, e ali mesmo poderia ter sucumbido.

Além do mais, quando Jarbas resolveu trazer Sergio Guerra para o seu campo, todos em seu entorno falavam mal, mas não tinham coragem de chegar para dizer ao chefe. Todos, sem exceção, eram desconfiados com Sergio Guerra e o detonavam na primeira oportunidade, mas ninguém era capaz de chegar para Jarbas para mostrar o incômodo dos aliados.

Na verdade não tinham coragem, e o resultado está aí.

Com a quase certa vitória de Eduardo Campos, Sergio Guerra lá estará, de braços dados, mas com uma única certeza: este Governador é muito mais esperto que seus dois antecessores.

Autor: Pierre Lucena - 03/08/10 às 8:52

Um comentário:

O TERROR DO NORDESTE disse...

Giovani, Guerra é um oportunista.

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(Joseph Pulitzer)